Um dia, por bem ou por mal,
você vai ter que amar como faz o animal sentimental,
abrir seus portões, servir café na cozinha,
vai ter que superar esse isolamento sideral,
reunir diante do acaso verdades passageiras,
lavar os pés na cachoeira,
um dia, por ou sem querer,
você vai ter que dizer a que veio,
se dar como fosse receber
o ouro do seu veio...
Um dia, queira ou não,
desenharão grafites nas paredes do seu coração,
um dia, queira ou não,
escutarão teu riso além dos muros da solidão...
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