Magé nasceu num berço aconchegante no leito dos rios, numa esteira verde, entre botões de flores, recostada nas montanhas, contemplando as cachoeiras pássaros, vales e palmeiras.
Magé, sangue indígena, raça guerreira, história linda da resistência humana, dna dos vencedores... adotada e rejeitada por conquistadores históricos, cresceu sem nenhum complexo de inferioridade ou rejeição. Magé é filha do coração.
Magé é Magé por opção. Aprendeu a conviver, desde menina com todo tipo de decepção, o que não impediu nem impedirá que ultrapasse os desafios do crescimento rumo à liberdade: aos que a feriram no passado - perdão.
Magé, terra enriquecida pelo suor e a lágrima de seus filhos, onde jamais se ouviu o canto da desistência. As ideias diversificadas e as ideologias apenas são o palco onde atores de todas as filosofias se abraçam quando a cortina se fecha ao final da representação. Somos todos iguais, só pensamos diferente.
Magé acende a luz de sua luta nas manhãs resplandecentes e se recolhe ao por do mais lindo sol, cheio de brilho e calor, que nasce e se põe todos dos dias, quando o Dedo de Deus pede silêncio aos seus filhos para orar. É tempo de agradecer. Magé tem um altar ecológico e se curva para louvar a Deus. É tempo de gratidão: 451 anos de fé.
Magé homenageia a família que vive, confia e trabalha em suas tribos pacíficas, de mãos entrelaçadas, enfeitando a aldeia para construir e esperar o progresso, que espera um dia alcançar, até que ouçam o grito ecoando no corredor de tantas e outras necessidades:
- Universidade para todos
- Reconstrução da estrada de ferro que liga Mauá a Petrópolis - ativando o turismo intermunicipal;
- Construção de um hospital a altura das necessidades do povo;
- Construção da escola que atenda às crianças com necessidades especiais;
- Centro de Artes.
Ah! Magé, como você é linda, há mais de 450 anos fazendo artes!
Ivone Boechat
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