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Se te casares,
não pense só em cama e lençóis limpos,
(pensamentos que não são tão ímpios),
em afagos encostados na geladeira,
(sentir frio, nessas horas, é besteira...),
ou mandar beijos esvoaçantes pela sala,
(borboletas são mais ágeis e se calam),
nem em reparar em curvas deliciosas
sem deixar que repare ela nas suas,
afinal, até a alma tem que estar nua...
Existe a louça para ser lavada
(na falta de empregada),
varrer o quintal depois de uma ventania,
limpar os móveis de possível poeira...
Casar, mais que viver de amor,
é cavar uma trincheira
entre a solidão e a esperança,
não se importar com besteiras,
os dogmas adultos cumprir
sem deixar de ser criança,
acatar "aqueles dias"
como fosse uma sanguínea poesia
escrita pelo corpo da amada;
casar é simplesmente viver
como se todos fossem o último dia
depois de assumir a sentença matrimoniada...
Se durar, que dure enquanto o amor procriar,
(que se transformam em rebentos), sentimentos;
viva a diferença com a igualdade que exige a liberdade,
pois o amor verdadeiro não é de mentirinha, é de verdade...
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