O mais perto que posso chegar, chego;
o sino que toca é o sino do medo,
de me perder e nunca mais me achar,
barco avariado no mais fundo mar...
De cada coisa o segredo busco,
os cinco sentidos se partem em mil;
minh'alma, lanterna de mim, corusco,
ando sobre o estendido fio...
Se nem o nome decifro do que me cerca,
se nem o significado significa o buscado,
o pensamento a filosofia de todo dia verga
como se um vestígio tivesse encontrado...
Cansado de me cansar, sempre em vão,
aceito em definitivo não saber cousa alguma,
vasta é a lembrança que guardo no coração
que se ergue, segue, tremula, apruma...
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