A poesia, sim, é porta para o outro lado,
onde vivem frutos e diamantes pendurados,
tudo é igual, nada é parecido,
jóias verdadeiras,
falsas, de vidro...
É fresta pode onde passa o sonho mais doido,
poesia é arena onde morre o touro,
nem o toureiro se salva,
cada um com sua alma,
paz e guerra no mesmo mapa,
o amor entre o pão e a faca,
infinito é mais que oito...
É sim, a poesia,
dor que causa sangria,
torpor, mais que alegria,
líquido que se derrama sobre feridas escamas,
fogo que se espalha como sílaba da primeira chama...
Tanto faz como tanto fez,
poesia é começar de novo,
tudo outra vez...
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