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Os verbetes da minha vida
Su Per Sincera

O verbete F, oriental, foi o mais intrigante, foi especial, nos conhecemos como de costume...pela internet, ele mandou fotos e eu mandei fotos minhas, surgiu o interesse e no dia do meu aniversário nos encontramos, fomos a uma praça , ali nos beijamos muito, a química foi mútua, saímos dali para o inferninho (Motel), ele soube conduzir a situação e não tive medo, ele era lindo, porém não chegamos até o final, mas a intensidade foi tão boa quanto se houvéssemos chegado. Mantivemos contato, porém eu não era a namorada que ele procurava e eu não estava a procura de um namorado, mesmo assim o desejei como namorado, ele estava tão carente e oferecia tanto carinho que me senti “acolhida” em seus braços, ele sabia q me faria sofrer e manteve uma amizade à distância e assim aos poucos só restou uma vaga lembrança.

O verbete B, foi minha grande decepção, eu desejei chorar... foi decepcionante em todos os aspectos, nos conhecemos e mantivemos uma amizade por uns 4 anos antes de nos encontramos, ele era paradinho,no primeiro encontro não houve nada além de um beijo no rosto, porém como era uma amizade saudável assim continuou por mais 1 ano... em uma certa ocasião decidimos nos encontrar, saímos e ele não era um estranho já havia uma amizade, eu sabia de várias coisas da vida dele, ele não era o meu tipo preferido, mas como a amizade era boa resolvi dar uma chance, ambos estávamos fora de forma (gordinhos), admito, mas conforme ele me beijava não sei por que cargas d’água eu imaginava a cópula da baleia Azul, eu havia visto em um programa e aquelas cenas teimavam em fazer parte das minhas visões, foi deprimente, mas pra fuder de vez, ele transpirava tanto e até me molhava e novamente eu lembrava das Baleias Azul e daquele barulhinho que elas fazem quando espirram água, e pra piorar ele tinha um pitico que nem o preservativo ajudava...treva!, foi deprimente a situação. Tenho certeza que deixei transparecer a minha decepção e no dia seguinte não tive nenhum sms...e por fim a amizade acabou...aprendi uma lição importantíssima: Se a amizade é boa! Esqueça o sexo!.

Jesuis...O verbete R me causou efeitos prolongados, até um falso diagnóstico de paixão platônica, foi o que mais perdurou em encontros...ele sabia o que eu queria e eu sabia o que ele queria, sem jogos, sem envolvimento sentimental, a esta altura eu já tinha um certo domínio das emoções, sabia que com ele não havia futuro, ou seja, não poderia gerar nenhuma expectativa além da cama, aprendi com ele que eu apesar de ser bonita não era para casar, ele sabia que éramos iguais, estranhos procurando preencher um vazio dentro de nós. Talvez nos reconhecemos assim como as almas gêmeas, porém nada mais que estranhos.

Ser mulher não é tarefa fácil...tudo é intenso, memória, choro, dor, alegria e amor...algumas vezes me vejo como a menininha indefesa e em seguida já me transformei na velha sábia que caminha com ajuda de sua bengala.

O R era uma referência de companhia para mim, mesmo que limitada, não havia cinema, barzinho, era apenas cama. Eu tive dele o que ele teve de mim, eu enxergava nele a frieza de um relacionamento infeliz, limitado, porém ele o mantinha e nunca me disse se quer o nome dela, ele cuidou de mim de uma maneira diferente, era o máximo que ele poderia oferecer. Aprendi que nesse mundo do sexo, entramos, e não saímos com absolutamente nada.

Um dia, eu vi um casal de velhinhos no mercado eles não se falavam mas cada um sabia o que pegar e quando eles colocavam as mercadorias no carrinho, eles sorriam um para o outro, achei fofo e senti inveja porque talvez nunca experimentasse aquele momento.

E o mais preocupante é que não acredito que possa existir pessoa capaz de nutrir por mim sentimento tão sincero, com o tempo meu coração foi ficando sensível diante de tantas cicatrizes algumas superficiais outras tão intensas, porém, toda paixão é nova e quando se trata de paixão nos entregamos e só depois sentimos o tamanho do estrago, foi assim comigo, com você e com os outros.

Sabe aquele momento que você está em sintonia com seu interior e o mundo?, você está sozinha mas tá tudo bem, você consegue olhar para o mundo com mais clareza e perceber os instantes mágicos, repara nas pessoas, nos casais ou seja seu momento zen, amiga se estiver bom, não mude isso, eu já tinha a experiência anterior de estragar amizades e de novo a tonta foi enfiar o pé na merda e sambar...O verbete G, começou como colega, conversamos sempre dando a entender que um estava a fim do outro, porém, assim como na infância a carência me perseguia então isso poderia ser com qualquer pessoa que me olhasse de modo diferente. E em um dia em que o verbete R me deu um bolo, o G me mandou msg, saímos e ele me ofereceu “vinho quente”, não aquele de festa Junina, tomei umas 3 taças e já estava sorrindo mais que o normal, nos beijamos e Jesuis, era absurdamente grande, porém ele não tinha técnica, e enquanto estávamos dançando "transando" fiquei imaginando aqueles jogos de beisebol onde o jogador fica esperando a bolinha e a acompanha seu trajeto lentamente... e Pá! Bate forte e sai correndo pelo campo, gente que jogo mais sem graça!, sabia que mais uma amizade havia acabado, enfim, na volta para casa fui explicita: Não sei lidar com relacionamentos!, meninas vocês podem estar pensando nossa quem pensa em Baleias, jogos nessas horas???, todas nós! Aposto que já pensou em lixar as unhas, comprar um sapato, bolsa, batom...é normal porque nosso cérebro consegue fazer isso.


Biografia:
Universitária.
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Outros títulos do mesmo autor

Romance O tal da academia Su Per Sincera
Romance Conversinhas... Su Per Sincera
Romance Os verbetes da minha vida Su Per Sincera
Romance Conto da Cinderela Su Per Sincera
Romance O Diário Su Per Sincera


Publicações de número 1 até 5 de um total de 5.


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