Já não busco palavras
e sonhos nas prateleiras,
que elas descansem na paz escrita,
que seja a elas a paz verdadeira...
Ouço o rumor de pássaros que voam,
o vento que sacode árvores
e roubam-lhes as folhas,
cães que latem sua fala,
a vida, aprendi, não se cala...
As palavras nascem e se casam
e vivem núpcias de versos,
uma ou outra em outras repara,
escapa de seu mudo reflexo
e dança a dança dos mundos,
outros sentidos, sutis,
complexos...
Já não busco e nem quero encontrar
o que já foi dito e feito,
sigo apenas as lições do mar,
cabe tudo dentro do peito...
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