Estendo a água e passo com meu barco de noventa pés...
Assim, decidido a encontrar o lugar onde se vive e não se paga,
navego a família dos meus ossos, o que lhes cobre, a carne,
o que lhe veste, a roupa, o que lhe causa brilho, as estrelas...
O farol de minha constância ilumina a frente dos meus passos,
ouço Maria cantar a doce canção, escuto os raios se jogarem,
apanho frutos maduros à beira da estrada e não tenho inimigos,
vejo Michelangelo pintar a minha face e vivo a Renascença...
Ouro, assim é o tempo para quem o vive sem medo da morte,
prata, assim é a vida para quem a vive desejando felicidade,
cobre, assim é a metáfora do gasto com trabalho e lida,
vitória, é o metal da alma que se consagra ao amor...
|