Quando penso que no fundo somos imensos
mais mergulho neste mar vivo e denso
que há oculto dentro de cada peito
como fôssemos o avesso do direito
que nunca vem à tona
tempestade oculta da qual se adona...

Quando penso no imenso mar de matérias
transmutadas e assim em outras coisas
revividas como fossem o corpo de ideias
que se puseram à serviço de muito poucas
deixo que me leve essa energia viva
antes que a morte seu verso me diga...

Quando penso e depois de acabado o pensamento
mais me largo ao léu de tudo o que há no vento
aprendendo com as folhas o feitio das estações
que um dia enterrarão nossas almas e corações...

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