Escute...é o vento que passa
e rasga
a roupa da noite,
a transforma em cortesã,
vai entregá-la nua, de manhã,
ao sol voraz
que sabe do que é capaz...
Escute...é só um riso ao longe, ecoando,
só não se sabe até quando...
Escute...é a cega faca da fé
a bordar com sua ponta afiada
cada palavra
que cair de pé...
Escute...é o que o mínimo faz
para ser o máximo,
sem gorjetas,
mesadas,
de um modo prático...
Escute...é a morte pedindo comida
na porta da vida...
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