Sexta feira, uma manhã cinza que remete bem o frio da madrugada de ontem aonde o vidro da minha janela esteve em sua maior parte molhado pelo sereno daquela noite pacata, as partículas de água que escorriam sobre o parapeito refletiam a luz da lua e eram tão fatigosas quanto meu humor, sucumbido a pequenos detalhes que cortam-me ao âmago como navalha.
Eu poderia ir atrás de uma notícia sua, poderia inventar uma desculpa para concertar todo esse enfado até nos assentirmos novamente de estupidez ou seja lá o que você costuma chamar o que restou de nós, apontaríamos nossas falhas e faríamos desse estio uma tempestade com furacões ou poderíamos apenas desfrutar de outro drink e dar o fora desse lugar.
Talvez um buquê de palavras bonitas e sórdidas mescladas ao meu futuro totalmente inseguro com a promessa de que a levaria para a casa roubando flores pelo caminho fosse o suficiente, isso se você não se importasse com os espinhos. Eu “poderia ser uma vadia do rock para você” como diz o velho Bowie, dissolvendo toda essa apatia como costumava fazer nas madrugadas que a telefonava com uma desculpa vadia somente para ouvir sua voz sonolenta.
Perdoe-me o equivoco mas não deve espalhar por ai seu orgulho impávido em noites vulgares, outorgar-se a sentimentos de verão e fingir que não precisa mais de nada quando eu estou bem aqui, acredito que tenha me interpretado mal agora mas faz parte do charme.
Ps: Se ainda anseia-se por nossos beijos, pisque a luz do seu quarto três quando receber minha mensagem acordando-a no meio da noite e encontre-me na esquina da sua casa.
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