Queria ser invisível quando a morte viesse,
que recolhesse os que visse,
os que rezam preces,
que eu escapasse por entre as dobras da cortina,
mudasse eu, para sempre, a minha triste sina...
Saberia então o que é a eternidade,
onde cavalos relincham nos pastos,
onde nem a mentira e nem a verdade
é a melhor comida dentro do prato...
Poria à prova o amor que sempre amei,
que me desse a honra de vivê-la eternamente,
estender o coração como um tapete ao rei,
o amor, no corpo da amada presente...
Cansado, um dia,
da eterna certeza do para sempre,
me deitaria à beira de um riacho
para um sono repentino,
ouviria meu nome sibilado por um estranho ente
como senha para a outra morte que viria vindo...
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