Quando escrevo desejo que o medo
de uma bomba cair, suma...
Que as paredes durem
a eternidade de um quadro
pendurado,
que se movam os cisnes
pálidos
nos lagos congelados...
Quando escrevo
traço um quadrado
e temo
que se torne
um círculo ousado
onde dentro
dançam os palhaços...
Quando escrevo
esqueço a a caneta e escrevo à mão
e derramo o quente leite vermelho
fervido no fogão do meu coração...
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