Se me veres atado a uma tristeza,
dessas que roubam do belo a beleza,
me sacuda, me chacoalhe, me acenda,
ao teu alegre viver, por favor,
me prenda...
Se me veres pensado em filosofia,
dessas que roubam da noite o mais belo dia,
assalte minha vã sabedoria,
roube-me da falsa poesia,
torne-me o que sempre fui e serei,
o que um dia jamais saberei...
Se me veres possuído por mim,
como fosse eu o dono do começo e do fim,
lembre-me que sou parte
de toda a incompleta arte
do querer,
diga-me, pausadamente,
que só o amor
previne doenças do viver...
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