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ATAQUE FRONTAL
FRANCISCO MEDEIROS QUARTA

ATAQUE FRONTAL

Senhores da governança:
O povo não é criança,
Que iludam, constantemente.
Vosso eterno passear
Acaba por semear
A revolta em toda a gente!

Mudai a legislação,
Porque nem só o patrão
Tem direito de viver.
Isto vai de mal a torto:
Trabalha-se por desporto,
Ou então… para aquecer.

Venha mais austeridade;
Que a que temos, na verdade,
É mesmo insignificante!
Ganhamos tanto dinheiro,
Que o nosso magro celeiro,
Em miséria é transbordante!

Mirra a velhice, a infância,
Num clima de intolerância,
Que a sua voz abafou.
Onde está o mundo novo
Que prometeram ao povo?
Certamente naufragou…

Em sorrisos e passeio,
Banquetes e devaneios,
Sugais o sangue à pobreza!
Tornando-lhe negra a vida,
Tereis, em contrapartida,
Farta e cheia a vossa mesa!

Vede a filha do pedreiro:
Seduziu-a um engenheiro,
E leva um filho nos braços!
Deixou-se ir, ingénua, em lérias…
Opróbrio, escárnio e misérias,
Eis o rumo dos seus dias!...

Humildes: não tendes lei
Que vos defenda, bem sei!
É esta a justiça humana!
Só não sereis ultrajados,
Se lutardes, aliados;
Não poupeis quem nos engana!

Assiste-vos o direito
De exigir todo o respeito
Pela vossa profissão!
Ninguém será indigente
Se trabalhar dignamente
Para ganhar o seu pão!

Amigos, essa revolta
Que vos leva, à rédia solta,
Ao sabor do vendaval,
Não é caminho seguro.
De olhos postos no futuro,
Tentai salvar Portugal…

Partidos, coligações;
Governos, oposições,
Cessai guerras fratricidas!
Vede a nossa pobre gente,
Que aguarda, constantemente,
As promessas esquecidas!

Tenha em vista cada um
Antepor o bem comum
À vida particular.
Ser ministro ou presidente
Sabe bem a toda a gente,
Mas poucos sabem mandar…

Meus pacatos cidadãos:
Que força tendes nas mãos,
Sem saber utilizá-la!
Reprimis vosso rancor
À vista do ditador,
Que ordena, e mais ninguém fala…

Que ignorância ou cobardia
A todos nós atrofia
Movimentos e vontade!
Vamos: um seja o primeiro:
Matando o vil carcereiro,
Teremos a liberdade!

Sem vaidade ou presunção,
É tempo de dizer “não”
A quem nos rouba o sustento.
Deixar, de livre vontade,
Ultrajar a dignidade,
Não tem qualquer cabimento!

Exigir a toda a gente
Que trabalhe activamente,
A bem da comunidade,
É cumprir nosso dever.
Vamos, sem desfalecer,
Espalhar fraternidade!

Obedecer ou mandar,
Não deverá separar
Os homens que são irmãos!
Mas vemos uns, no poleiro;
Outros, rotos, no chiqueiro…
Por isso não dão as mãos!...

Misérias geram rancor;
Tem cautela, ditador,
Que pode vir a mudança!
Agora, ris-te, cobarde!
Não chores, quando for tarde!
Justiçar, não é vingança!...


Este texto é administrado por: ANTÓNIO MANUEL FONTES CAMBETA
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