Onde houver o amor
que se espalhe como espalha
a tinta o pintor
na parede baça,
que se crie a ventura das cores
e tudo, de novo, se refaça...
Onde houver a tristeza
que seja ela recolhida e lavada e passada
como o passado que aos poucos passa,
haja a pintura viva onde as mãos do futuro,
que já se põem sobre o muro,
indiquem onde florirão as violetas,
diamantes vivos no escuro...
Onde houver a pressa
que se acabe ela na rede
que tece a fiandeira,
e o tempo, às avessas,
reviva a vida, de novo,
plena, inteira...
|