É preciso estar perdido para poder ver certas coisas.
Ontem mesmo, eu me perdi no tempo.
Parece que meu espírito distraiu-se numa relva.
Para cima, podia se ver nuvens, muitas! Entremeadas entre claras e escuras.
Bailavam ao sabor da brisa metamorfoseando formas!
Que grama boa e olhar perdido nas alturas para o bem da alma,
brincadeira de deixar a agonia ir embora e se ater a esperança!
Eu vi pontos escuros, um, outro, outro, outro e mais outro
Se fazerem compridos em direção a dedos,
até que surgisse um aceno como o da mão de um pai.
Foi o vulto que me ergue agora agarrado nos teus braços
que lambeu a minha cara naquela hora de penumbra
Jesus amado, sempre içando sem pedir em troca um centavo.
Beleza, se desligar da palmatória perversa do mundo,
Mergulhar no teu vinho, o corpo são e o bolso a salvo
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