Login
E-mail
Senha
|Esqueceu a senha?|

  Editora


www.komedi.com.br
tel.:(19)3234.4864
 
  Texto selecionado
Questão de feromônio
Aquiles Rapassi

Inevitável o coleio cadeiril de uma donzela.
Quanta certeza e graça, elas têm!
O que não se sabe, no entanto, é o que me ocorreu.
Não das maiores belezas, uma dessas
Sem galicismos de forma, surpreendeu ao meu
Querer combalido.
Moça normal, de sorriso lácteo e amor monódico,
Cruzou o meu caminho rumo ao parque e foi aí que
Tomou-me um calor equatoriano.
De orário em punho suguei o suor de meu rosto e
Em vão
Procurei traços refinados,
Pinturas afrodisíacas,
Vestes sensuais ou aromas franceses.
Nada disso, por mil demônios!
Aquela mulher de formosura preterida era
De artifício raro, o feromônio.
Os meus olhos não viam mais do que uma borralheira
E meus ouvidos só captavam um roçar rústico dos saltos
Que carregavam duas pernas finas e excessivamente caiadas.
Mas a sua essência de pêssego e riscas de alcaçuz
Vagava pelo infinito, tragava meu fôlego
E outorgava a permissão do encanto inimaginável.
Que mais poderia eu querer senão o seu cheiro?
Não contive meu desespero, querida anônima. Voltei à minha casa
E embebedei meu coração de cachaça orgânica
[medicinal, como quereria o cachacieiro]

A bebida me adormeceu. Mas as escrituras precisavam naquele dia o meu último.
Nos alvos lençóis de uma cama vazia glosei o pranto de meu desejo inconfessado
Por você.
O mal súbito não sucumbiu aos meus clamores.
À mansão suspensa dos justos fui chamado, mas creia:
Se em vida ficasse, teria morrido em seus sabores.

Havia naquela mulher, em ebulição pelos poros daquele reduto casto
   [um aroma]          
Um fluido animal que se esvai pela atmosfera e me ensandece.
É feromônio, a libido     vaporizada, é o buquê da intimidade convidativa.


Biografia:
aquiles.rapassi@gmail.com
Número de vezes que este texto foi lido: 59435


Outros títulos do mesmo autor

Contos Conto da semelhança entre os seres Aquiles Rapassi
Discursos Discurso de Formatura do 3º ano, 2003 Aquiles Rapassi
Poesias Ode àquela que é nobre Aquiles Rapassi
Crônicas Fui-me embora de Pasárgada Aquiles Rapassi
Poesias Tenha dó! Aquiles Rapassi
Poesias Versos ao Querido Demetrinho Aquiles Rapassi
Poesias Soturno Desencontro Aquiles Rapassi
Poesias De Longa Data, De Nice Aquiles Rapassi
Poesias Vini, Vidi, Vici Aquiles Rapassi

Páginas: Primeira Anterior

Publicações de número 31 até 39 de um total de 39.


escrita@komedi.com.br © 2024
 
  Textos mais lidos
Tarde demais - Maria 59536 Visitas
CIÊNCIAS OCULTAS - Henrique Pompilio de Araujo 59535 Visitas
🔵 Serra ou morro - Rafael da Silva Claro 59535 Visitas
Essa é você Floripa! - Maria 59535 Visitas
Que vida? Mas que vida? - Maria 59535 Visitas
conhecer - Maria 59535 Visitas
Se não houver amanhã - Maria 59535 Visitas
És tão linda Floripa! - Maria 59534 Visitas
Prá viver os sonhos - Maria 59533 Visitas
Coração Dilacerado - Maria 59533 Visitas

Páginas: Primeira Anterior Próxima Última