Se eu pudesse ver o que você vê
ou soubesse o que você sabe
talvez mudasse de rota,
sentiria vontade de abrir a porta
para um mundo desconhecido,
quebrasse esta parede de vidro
que me separa de sonhos que não tenho,
descobriria o mapa de todas as coisas
e saberia para onde vou
por saber de onde venho...
Mas,
dentro desta cabana
construída com minhas mãos,
segura para o que penso viver,
calma para as tempestades
que tenho que combater,
escrevo poesias e as amarroto,
depois torno a reler o que escrevi,
descubro que nem que as apague
ou finja que morri,
nada disso mais se apagará,
fará parte do trajeto
entre o certo e o incerto,
será o livro ou diário
de tudo o que vivi...
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