O poeta se dobra à palavra
que se dobra à pena que lavra
a dança, a ária em papel crepom,
música da alma em elevado tom...
Que se dobra o poeta aos rabiscos,
entre eles se vê o cisco celeste
a traçar o conserto do enguiço
que na vida se chama peste...
Que se curva ao arco desenhado o poeta,
portal para sonhos que descem à Terra,
corpo ínfimo que em êxtase se presta
a versos feito fogos em festa...
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