Palavras sem forma, sem vida e sem cor
Etéreas e inertes, sem paz ou dor
Roubam o brilho do que seria, por ser
Poesia
Transmitem só fraca noção do amor
Do ódio, da raiva , da inveja ou rancor
Com que finalidade surgem
Tais letras agarradas
Clamando cantar as agruras e belezas
Dum singelo dia,
Escapa-me à compreensão
Não é com facilidade que entendo
Fórmulas válidas, mas desgastadas
Versos vagos, vazios, vazando vida
Sofrimento
Quantas vezes as palavras
Não aparecem como queríamos
E nossas sentenças são jogadas ao chão
Mutiladas na essência?
Ou será que é só comigo que ocorre
O fenômeno da frase que morre
Sem conseguir ser passada ao papel?
E minhas sentenças são jogadas ao chão
Mutiladas na essência
A odisséia de escrever serve
Pra se libertar
Entre altos e baixos, uma hora ou duas
Na vida, há de se acertar
Chega de lamúrias, de tristes olhares
Aos céus, a se lamentar
As estrelas, mesmo mortas
Continuam, para nós, a brilhar.
Publicado numa coletânea "Palavra é Arte" e na página "Rascunhos Escondidos" do facebook.
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