Eu te amo,
com um amor vagabundo:
feito de tempo e espera
sem pressa de saciar.
Eu te quero,
mas tanto não me desespero;
rumo profundo, sereno,
e sorrio se não chegar.
Eu te penso,
e logo volto a pensar no mar:
profano o fim dos dias, pois
não sei onde me levar.
Mas hoje, amor,
hoje olhei pro céu.
E vi a tarde escorrendo,
na correria das nuvens:
brincava de pega-pega,
enquanto chovia luz.
...tem sempre um pouco da gente,
perdendo-se pelos caminhos...
...tem sempre um pouco d’encanto
vagando errante, meteoritos...
O escondido de mim, trago comigo:
guardado prá quando
você passar.
Krakow, 2010
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