Enquanto deixo minha bolsa no sofá, Ricardo abraça-me por trás. Sinto sua ereção nas minhas nádegas e depois suas mãos percorrerem meus seios. Também sinto uma vontade incontrolável de fazer amor agora, mas, no entanto, sei ser perversa porque apenas digo:
– Vamos tomar um banho. – Digo entusiasmada.
Ricardo dá a volta e para em minha frente. Sua ereção está visivelmente apetitosa, mas ele ergue as sobrancelhas e depois se dirige ao banheiro retirando aos poucos algumas peças de roupa.
Sigo a trilha deixada por suas peças íntimas, ele já esta debaixo do chuveiro. Entro tímida e provocante esbarrando de propósito em seu pênis.
Ele me abraça firmemente fazendo com que seu pênis pressione em minha bunda. Sinto que ele encontrará por si só o caminho e tentará fazer com que eu faça sexo anal.
– Hoje não. Quer dizer... Ainda não estou preparada. – Sussurro para Ricardo.
– Prometo que serei o mais gentil possível. Vamos tentar amor? – Ele pergunta implorando que eu me rendesse.
Estremeço outra vez quando sinto sua mão molhada massagear lá em baixo, movimentos rápidos e precisos. Ele me apoia na parede gelada enquanto a água morna desce por nossos corpos.
Então ele me penetra. Sinto nossos corpos completarem-se. Ricardo não me perdoa quanto ao sexo anal e diz:
– Vou castigá-la.
Ele esfrega a cabeça de seu pênis em todo o contorno da minha vagina impedindo-o de penetrar. Por favor, me penetre, por favor, penso comigo mesma.
Enquanto gozamos em esqueço de tudo. Faço-me refém. Eu não existo. Nós existimos. Ele existe.
Acordo assustada. Dormi por alguns minutos. Mas gostaria de não estar acordada. É um pesadelo o que estou vivendo. Meu marido, meu amor nos braços de outra.
Ricardo á pouco tempo tem mudado. As mentiras foram os primeiros sintomas que reconheci da traição. Uma doença corrosiva, que, no entanto, está corroendo outra coisa além do meu casamento.
Minha sanidade. Ás vezes me pego planejando uma vingança contra ele. Contra a mulher que dorme várias das noites que ele me liga e diz que está no trabalho.
A única coisa que sinto verdadeiramente hoje é ódio. Mas ainda o amo. Ainda o quero. Porque no fundo do meu coração sinto que o meu Ricardo voltará para mim exatamente como no nosso primeiro beijo. Apaixonado e só. Só de verdades, só de amor, só de companheirismo.
Hoje é nosso aniversário de casamento. Ele está com a amante.
Ouço enquanto finjo dormir ele colocar as chaves do carro cuidadosamente na mesa, retirar as roupas e deitar-se ao meu lado, frio e distante como se tivesse casado com uma boneca de plástico. Sirvo para o sexo e mais nada.
Mas ainda o amo. Ainda o quero. Ainda morro por ele.
Há dias que quero mata-lo, mas me lembro de que se eu for adiante com esses planos, meu bebê nascerá sem pai. Então finjo aqui, finjo acolá e persisto em amá-lo mesmo sem que ele valorize meu amor.
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