Palavras gastam o tempo
como uma lima ao ferro duro,
já que voam no vento
esteja claro ou escuro,
roçando suas intenções
na pele da poesia
cheias de farpas das ilusões...
Algumas morrem em hai-kais,
tão rapidamente
que se completam
quando caem...
Outras às odes são servis,
vão e vem em rebuscados arranjos
como buquês de noivas aflitas...
Não conheço, de nascimento, palavras vis,
não repelem, aos fracos, aos mancos;
expulsas do Éden, serpenteiam e gritam...
Ei-las, aqui,
a dançarem a seu gosto a dança
em que seus franzinos corpos
de sereias trançam...
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