| Quando fores, 
como um livro de velhas páginas,
 e nas alturas das estantes
 te cantarem louvores,
 te reproduzirem as máquinas,
 deixa que em ti morra o passado
 e passes a olvidar o novo fado
 que cantarão por teu sentir
 antes que tua alma
 de teu corpo
 vejas fugir...
 
 Quando tua poesia
 descer do céu de cetim azulado,
 por os pés nesta chão sagrado
 onde tantos houveram viver,
 neste momento, em que se abre teu ser
 ao que escondido te foi por promessa,
 abraça-te ao anjo que te serviu,
 beija-o na face, diga-lhe, sem dizer,
 de cada coisa da terra o que foi que viu,
 abandona cada grão de ternura e sentimento,
 só assim te levarão as asas
 que adormecem as horas
 e ninam o tempo...
 
 
 
 
 
 
 |