Soubesse eu a data do meu passamento,
passaria muito mais tempo
comigo
do que tenho gasto
ou vivido
nesta redoma de vidro,
só, cá dentro...
Soubesse aos menos a data do esquecimento
onde nem me lembrarei
se foi por amor ou veneno,
faria festas e reuniões na varanda,
refaria poesias que desandam,
beijaria por saber que do coração
vem esse modo de comunicar
que foi por amor e não por traição...
Soubesse eu do que se compõe
o calendário que se apaga,
me faria carvão e grafite
para deixar eternas marcas...
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