Login
E-mail
Senha
|Esqueceu a senha?|

  Editora


www.komedi.com.br
tel.:(19)3234.4864
 
  Texto selecionado
Anjo Escuro - Promessas
Wellington Almeida

Resumo:
"Amor é uma fumaça que se eleva com o vapor dos suspiros; purgado, é o fogo que cintila nos olhos dos amantes; frustrado, é o oceano nutrido das lágrimas desses amantes. O que mais é o amor? A mais discreta das loucuras, fel que sufoca, doçura que preserva." – De William Shakespeare.

Christopher permanecia com as asas abertas, gloriosamente expostas para meus olhos incrédulos de humana observar. Mas o que eu realmente prestava atenção era em seu corpo, branco feito o gelo e forte, resistente á qualquer coisa que fosse destrutível, mas pensar nele ferido deixou-me estranhamente apavorada.
Devagar, hesitante eu me aproximei dele para tocar seu peito nu, ao sentir meu toque, Christopher recuou alguns passos como se eu o tivesse cortado.


Mas não foi só ele que estranhou o toque, eu também senti um impulso de me afastar. Na verdade existiam dois grandes impulsos dentro de mim, remexendo-se de uma maneira desconfortável.


O primeiro impulso era eu me afastar, correr o mais rápido que eu pudesse; gritar por socorro e ser atendida rapidamente. Mas o segundo impulso era totalmente contrário ao primeiro. Eu queria tocá-lo, queria senti-lo próximo ao meu corpo, próximo á seus lábios. Querer que ele me tocasse. Provocá-lo a isso com todas minhas armas. Ele é tão belo!

– Quero te mostrar uma coisa... – Christopher disse hesitante, olhando-me como um oceano profundo, mergulhado nas profundezas de suas intenções obscuras.

– O quê? – Perguntei.

Seus olhos verdes olharam-me com atenção por um momento, como se estivessem ponderando algo, mas no fim ele disse:

– Meu lugar preferido de toda a cidade. – Christopher apoiou-se firmemente no chão e com um impulso esta voando feito um pássaro, só que mil vezes melhor.


Quando voltou, em suas mãos estava uma flor. Seus olhos demoraram nos meus por um momento interminável e paralisante. Christopher ainda com as asas abertas, se aproximou lentamente de mim, hesitante igual a um animal que se aproxima de sua presa. Um movimento errado e estará perdido.

Lançou no pequeno espaço entre nós, a flor, a bela flor, eu me aproximei mais um pouco e a peguei de sua mão. Ignorando quaisquer impedimentos, ele jogou-se sobre mim, caímos no chão, ele por cima de mim, nossos corpos juntos triunfantes.


– Eu não sou o que você pensa. – Christopher disse repreendendo a si mesmo por ter que mostrar a verdade encoberta.

– Não importa – eu disse completamente decidida.

– Importa sim, posso estar colocando sua vida em perigo. – Christopher disse, pegando minha mão e passando-a em seu rosto.
Estremeci com o toque.

– Antes de sua chegada, minha vida não tinha sentido. Agora ela tem, se eu morrer por você será apenas um preço a pagar. – Eu disse a verdade a ele, e ele retribuiu igualmente.

- Não imagino você me deixando, quer dizer, sou egoísta demais para deixa-la partir. Parece que quando estou longe de você falta um pedaço de mim, mas quando estou perto esse pedaço encaixa-se perfeitamente como se fosse á peça perdida de um quebra-cabeça.

Ele continuou:

– Não é digno de saborear o mel, aquele que se afasta da colmeia com medo das picadas das abelhas.

– William Shakespeare – eu disse, referindo-me a citação que Christopher fez.

– Mas um dia o Adeus vai ser inevitável... Eu estou envelhecendo a cada minuto, eu morrerei um dia... Isso é irreversível – Retruquei, abominando a ideia de um dia ter que deixa-lo.

– Eu estou apaixonado por você, vê-la todos os dias é um privilegio sem precedentes, mas adiantar a dor apenas causara sofrimento a nós dois.

Seus dedos estavam ali, parados em meu cabelo, seu hálito doce e perfeito em meu rosto.


– Não chore. Eu estou aqui – Christopher pediu, expulsando com rapidez as lágrimas traidoras, que me entregaram, revelando minha tristeza.
Adormeci em seu peito. Acordei com o beijo do vento soprando em meu rosto, o cabelo perdendo-se na mesma brisa.


Estávamos voando bem alto, o céu escuro parecia um infinito diante de nós, o tempo aqui, as horas; os minutos e os segundos não poderiam coexistir juntos mais, eram desiguais.

Eu e o anjo que me carregava, tínhamos um laço. Forte e resistente. Eu sabia que o adeus era só questão de tempo, mas mesmo assim me aninhei ainda mais em seus braços e esqueci o tempo.

Nada mais entrava em foco. Eu era dele e ele era meu, nós pertencíamos um ao outro.




Acordei novamente, mas desta vez estava em meu quarto. Não sabia como tinha chegado lá. Meu cérebro cobrou-me o meu vicio, a abstinência toldando meu humor.

Christopher havia desaparecido.Mas meu coração soube que ele voltaria. Ele havia deixado um bilhete.


Você adormeceu em meus braços, coloquei você para dormir e fiquei te olhando durante um tempo. Você me chamou enquanto dormia, chamou meu nome.
Volto mais tarde.
                     Do seu anjo, Christopher.


Meu coração soube que ele voltaria.Isso era o suficiente.




Biografia:
Meu nome é Wellington Almeida,nasci no estado de são paulo, mais fui criado no interior do Paraná. Onde com muito orgulho surge deliciosas histórias para entreter-me e me fazer flutuar nas maravilhosas facetas da escrita.
Número de vezes que este texto foi lido: 59421


Outros títulos do mesmo autor

Contos Antes De Conhecer meu Coração Wellington Almeida
Contos Clandestinos - Sabores Wellington Almeida
Contos Clandestinos - Com amor, sua Mãe Wellington Almeida
Romance CISNE NEGRO - A RAZÃO DE TUDO É VOCÊ. Wellington Almeida
Romance CISNE DE VIDRO - VOCÊ ME AMA? VERDADEIRO OU FALSO? Wellington Almeida
Contos A criança e a Borracha Wellington Almeida
Contos Clandestinos - Há um lugar no seu coração ou em sua cama? Wellington Almeida
Romance CISNE NEGRO - BEIJADA: PARTE DOIS. Wellington Almeida
Romance CISNE NEGRO - CAPÍTULO DOIS: BEIJADA. Wellington Almeida
Romance Cisne Negro Wellington Almeida

Páginas: Próxima Última

Publicações de número 1 até 10 de um total de 55.


escrita@komedi.com.br © 2024
 
  Textos mais lidos
RECORDE ESTAS PALAVRAS... - MARCO AURÉLIO BICALHO DE ABREU CHAGAS 61658 Visitas
Fragmento-me - Condorcet Aranha 61605 Visitas
RODOVIA RÉGIS BITTENCOURT - BR 116 - Arnaldo Agria Huss 61491 Visitas
🔵 SP 470 — Edifício Itália - Rafael da Silva Claro 61068 Visitas
O Banquete - Anderson F. Morales 59987 Visitas
ABSTINENCIA POÉTICA - JANIA MARIA SOUZA DA SILVA 59981 Visitas
a historia de que me lembro - cristina 59971 Visitas
Meu desamor por mim mesmo - Alexandre Engel 59957 Visitas
Colunista social português assassinado por suposto namorado - Carlos Rogério Lima da Mota 59924 Visitas
O tempo todo tempo - André Francisco Gil 59880 Visitas

Páginas: Próxima Última