Lembre-se, o amor vaga
entre quem sente e o que divaga
sobre se as estrelas tem alma ou não,
sobretudo sobre quem passa manteiga no pão
com a faca da insaciedade,
o amor, de verdade,
é instrumento para a poesia por seus ovos
no ninho dos homens que recitam a seus povos
a ode sobre a duração da vida,
a solidão da alma,
como se curam feridas
criadas pela ausência de amor,
na verdade, o amor arde
na lareira do coração,
é servido no jantar,
mal passado ou não...
Lembre-se,
o caminho para o amor voltar ao limbo
e esquecer de dizer a seus amigos
o quanto os ama,
acender na fogueira, ao luar,
sua mais quente chama,
depois o apagar
culpando a falta de ar...
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