Num corner, o amor cansado,
no outro o amor jovem,
abrindo os braços como um compasso:
quem vencerá?
O amor que desmaia depois do gozo,
ou o outro que deseja sempre pulsar
sua espada de titânio,
amores tão iguais e diferentes,
viajantes, únicos, tântricos,
da voracidade tirânicos?
Mal acaba a luta, se abraçam,
conversam, ultrapassam
a modelagem do amor físico,
falam do canto trístico
do rouxinol na madrugada,
de Romeus e Julietas,
trágicos momentos de coroação,
exibem auras sublimes,
no dorso palavras tatuadas,
quem vence é sempre o amor,
último degrau da escada
que leva ao precipício
onde depois só há o nada...
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