Ian Bremmer, presidente de uma das maiores consultorias políticas do mundo publicou um texto no site da revista “Time”. No texto ele diz que as perspectivas do Brasil são sombrias. E cita as razões que estão empurrando o Brasil para o abismo. O que chamou de “Tempestade negativa perfeita”. Estão empurrando ou já estamos?
Ian trata do panorama econômico atual com a inflação em alta. Da crise hídrica. Da pobreza. Do transporte público. E é claro, da corrupção na Petrobras.
E mesmo acertando na maioria das razões, eu não investiria comprando ações da sua consultoria. Acho que o senhor Bremmer não conhece tanto assim do Brasil. O motivo para eu pensar deste modo é simples. Como muitos quase dois anos depois, Iam Bremmer ainda confunde os protestos de 2013 com transporte público.
O fim do texto é todo dedicado a presidente Dilma. Dois meses após assumir o segundo mandato está com sua popularidade em queda livre. O meu espanto não é os 77% de brasileiros acreditarem que a presidente sabia da corrupção na Petrobras. O meu espanto é pela inocência dos restantes 23%.
A outra tempestade chega de Pernambuco. Em entrevista ao jornal A Folha de São Paulo, o cientista político Marcus Melo da Universidade Federal de Pernambuco, batiza de “Tempestade política perfeita”, o atual momento do governo de Dilma Rousseff.
Marcus Melo aponta na direção que faz qualquer petista tremer quando ouve falar. O desemprego motivado por políticas de austeridade. E alguém já viu políticas de austeridade fiscal nos governos petistas? Agora o ministro Joaquim Levy quer fazer, e como sempre começando pela base da pirâmide. No topo nunca se mexe. Será por quê?
Marcus também fala de recessão e acredita no povo novamente nas ruas. Na primeira vez quando o grito foi de que o “Brasil acordou”, eu disse que se tratava apenas de uma “espreguiçada”. Agora corremos o risco de um repeteco, ou seja, se espreguiçar novamente e não acordar.
Resta saber com qual motivação o povo sairia às ruas. Sabendo que para tirar político do poder é necessário bem mais que um fórceps. Não se iludam com o impeachment de Collor de Mello. As “caras pintadas” foram usadas como fantoches e manipuladas. Na ocasião era a maioria do Congresso que queria Collor fora.
Diferente de agora. No momento não vejo nenhuma tempestade grande o bastante para tirar Dilma e os petistas do poder. Mesmo assim vou continuar torcendo por outro tipo de tempestade. Capaz de causar a implosão do Partido dos Trabalhadores. O ocaso permanente da estrela. Seria a minha tempestade ideal.
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