Seu vestido negro arrastado pela madrugada...
Suáveis são seus passos como o mais perfeito engano,
Seus lábios sagram encantamentos levados pelo vento da noite.
A palidez de sua pele reflete o brilho do prazer,
Na dança irreal dos pensamentos.
És bela envolvida na escuridão do desconhecido.
Ninguém segue seus passos,
A ninguém é capaz de entender,
Filha da madrugada embebida por sombras de silêncio.
Alice.
O vinho manifesta a loucura constante
E na dança de seu corpo, segredos.
Segue-se a noite.
No recanto, apenas Alice
A bailar em meio a sonhos e rosas mortas.
No olhar do acaso,
No íntimo do ser contínuo,
Calma e fogo se fazem presentes
Como a insanidade de cada toque...
O amor eterno se desfaz a cada amanhecer,
Mantendo-se fiel apenas ao brilho negro de seus olhos.
E ao nascer da luz, jaz inerte
Insone apenas o delírio de um beijo
Como o revoar de um corvo...
Um coração não mais pulsante permanece
A cada anoitecer banhado pela ilusão da vida.
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