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Tchê! Acho que fui clonado!
Luiz carlos Rivera

Resumo:
Coisas do cotidiano...

Estava tranquilo, entre uma hora e outra,jogando conversa fora com o porteiro do prédio, quando reparei em um sujeito parado na calçada me olhando fixamente. Como a situação começou a ficar incômoda, depois de um tempo resolvi saber qual era o problema e perguntei educadamente se o mesmo desejava algo. O dito-cujo abriu um largo sorriso, chegou mais perto, exalou um fortíssimo bafo de cachaça que tonteou o porteiro e aí as coisas começaram a complicar...    - Evair!!! Não sabia que andavas aqui em Livramento! Mas bah tchê... Faz uns trinta anos que não te via! Por onde andavas, vivente? - Olha moço: acho que o senhor me confundiu com outra pessoa. O meu nome não é Evair! - Deixa de brincadeira, Evair. Então não vou conhecer o meu amigo de infância? Já sei: te chamo pelo apelido? Tai, ó... Fuca! Grande Fuca!!! O porteiro, já começando a ficar encucado com aquela conversa, quis ajudar: - É verdade moço: Este é o Dr. Luiz. Tá ali o nome dele na placa... - Nada disso: é o Evair, o meu amigo Fuca. - A gente morava em lá Tapejara e ele sumiu quando o o Gaudêncio descobriu que ele andava enrabichado com a mulher dele, a Adelaide! Safadinha aquela menina... Isso que o Evair já tava quase casado... O Evair... tu sempre foi safado! Nunca fostes santinho,né? Aí Evair, não me faz passar por mentiroso. - O senhor já falou demais e passou dos limites: não lhe conheço, meu nome não é Evair, não comi nenhuma Adelaide e nem sei onde fica essa tal de Tapejara! É melhor parar a conversa por aqui enquanto é tempo.... Passe bem... E fui saindo, com o sujeito me chamando de amigo ingrato e sob os olhares desconfiadíssimos do porteiro do prédio, que com certeza vai armar uma fofoca e tanto com aquela conversa maluca. Na verdade, não é a primeira vez que me confundem com outras pessoas. Quando aqui cheguei, algumas pessoas me chamavam as vezes de Dr. Taramella... Tudo ficou esclarecido, quando o dito cujo apareceu e conversamos á respeito. Concluímos que não eramos muito parecidos e que ele não se importava de ser chamado de vez em quando de Dr. Rivera e nem eu de Dr. Taramella. É verdade que ainda me aparecem pessoas querendo tratar dos dentes no meu consultório de Psicologia e outros querendo fazer psicoterapia com o Dr. Taramella, conceituado cirurgião - dentista da cidade, mas com calma resolvemos tudo: cáries e similares para o Dr. Taramella, neuroses e afins comigo. Fiquei sabendo depois pelo porteiro, que o sujeito disse que tinha certeza absoluta de que eu era mesmo o tal de Evair, e tinha me   escondido aqui na fronteira. Que eu era muito esperto e que se as coisas ficassem complicadas, era só disparar para o Uruguai, bem pertinho... Parece que o Evair andou metido em negociatas, trambiques e calotes pela região de Tapejara, além de andar se engraçando com a tal de Adelaide. Ainda teve a petulância de dizer que "tava na cara" que eu era mesmo o Evair e que tinha me reconhecido de longe pela minha cara de Fuca, inconfundível... E mais: ainda disse pro porteiro que quando voltar pra Tapejara, vai me dedurar pra Adelaide e "prás otoridades"!!!! . Cara de Fuca? Eu? Socorro!!!!!!!!!!


Biografia:
Sou Psicólogo e Psicoterapeuta. Separado, 62 anos, pai de um casal de filhos, escritor amador recente. Leitor voraz, fumante inveterado e abstêmio convicto. Me interesso por fotografia digital e analógica e por antiguidades. Torcedor fanático do S.C. Internacional. Músico profissional (já aposentado). Me interessam também pessoas e suas histórias de vida, verdadeiras ou não...
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Outros títulos do mesmo autor

Crônicas Madrugadas de um guri insone... Luiz carlos Rivera
Crônicas As lágrimas da cobra... Luiz carlos Rivera
Crônicas O fantasma da Moron... Luiz carlos Rivera

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Publicações de número 11 até 13 de um total de 13.


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