Sentado em frente ao computador, imaginando o que escrever,
Num desses instantes entre um pensar e outro,
Me pego olhando pela janela.
Onde está o Sol, que a poucos momentos teimava em mostrar todo o seu esplendor?
Enquanto eu dedilhava pelo teclado, as nuvens negras se aproveitaram de minha distração
E foram se achegando devagarinho, como quem quer dar um susto.
Com elas, num tropear pelas ruas, por entre as casas e árvores, eis que se apresenta, o Vento.
Me pego ainda olhando pela janela.
O Vento, que agora parece sussurrar em meus ouvidos, me convida a viajar com ele.
"Venha voar comigo”, diz ele entrando pela janela,
Fazendo voar os papeis de cima da minha mesa,
Talvez querendo dar uma ideia do que me propunha.
Mas não sei voar, pensei. Como poderia acompanhar o Vento?
“Usa tua imaginação!”, gritou ele agora num tom mais forte,
Fazendo com que a porta da sala batesse com violência.
Um pouco assustado, estava eu ali, olhando pela janela.
Em seguida, parecendo dizer para que o Vento se acalmasse,
A Chuva chega de mansinho e aos poucos vai trazendo aquele cheiro de terra molhada.
Com o barulho que faz nas telhas, a Chuva me convida a descansar.
“Você teve um dia muito puxado”, dava para entender pelo ritmo dos pingos.
Ao som de um Trovão, depois de um breve pulo, voltei à realidade.
Foram poucos minutos de uma viagem pelo Tempo, mas que pareceu uma eternidade.
Simplesmente, ao olhar pela janela.
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