Hoje acordei brevemente melancólica. Me preparei um café e logo me lembrei do que havia sonhado. Não sei o que me surpreendeu mais, você ou eu. Apesar de ter crescido e amadurecido - pouco a pouco - durantes todos esses anos, ainda não fui capaz de ter sido tão sincera quando nesta noite lúdica, num paradoxo temporal.
Como somos capazes de seguir em frente, sabendo que estamos deixando algo para trás?
Nunca, ter esperanças me fez tão mal quando agora. Não tenho mais o que lembrar, só tenho o passado - e não sou museu para viver dele. Espinhosa se faz em mim, essa loucura de querer segurar - e, mesmo assim - querer largar.
Te deixei livre, te permiti respirar bem fundo o ar puro, te amei - mesmo que de longe, mesmo que indiretamente -, te ouvi e te compreendi, do fundo do meu coração eu te deixei partir. Fiz tudo direito, senti algo que nunca achei capaz de conseguir sentir.
"Me deixe partir! Me deixe ir embora. Por favor, me deixe... por favor!"
Por tanto tempo me fiz forte que o único modo - agora - é ser fraca.
Só me liberte.
Sou uma andorinha assim como você que precisa alcançar voo quando não há mais como amar.
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