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  Texto selecionado
A aceitação da própria condição
José de Aguiar Junior

Resumo:
O reconhecimento e respeito aos limites naturais da vida

Em um campo florido, forrado por verdejantes gramíneas, árvores crescem sem pressa ao largo deste campo. Nas suas cercanias não há cercas, mas todos por lá respeitam seus limites; imaginários limites, mas respeitado por todos. Somente os pássaros pensam não encontrar limites no campo, pois voam de um lado a outro, pousando nas árvores mais altas e naquelas que ainda crescem, sobrevoando o imenso platô verdejante. Distribuem gratuitamente seu canto e suas cores, sobrevoam numa espécie de balé que encanta e fomenta a inveja dos felinos, que ficam no solo. Os felinos não podem voar, têm que respeitar os limites, não podem caminhar até o outro lado do campo. No centro do platô há um lago e neste lago há peixes. Os peixes também invejam os pássaros, que voam livres de um lado para outro, mas os pássaros, em segredo, também invejam os peixes, pois estes não se escondem quando chove e se refrescam no meio próprio, regojizando o movimento da água do lago, que os leva suavemente de um lado para o outro, em um balé aquático, sem qualquer esforço; Ah, mas os felinos, não podem atravessar o lago e nem sobrevoar o platô, eles não voam, eles não nadam. Invejam os pássaros, que invejam os peixes, que são invejados pelos pássaros. Os felinos, são invejados pelos peixes e pelos pássaros, aos impor limites a eles, limites imaginários, mas claros limites; não deixam os pássaros descerem ao chão e não permitem aos peixes nadarem no nível mais alto da água. Ah, então quem deles não inveja o outro e quem deles está contente com sua condição? Bem, a natureza é sábia, pôs limites a todos eles, dando quatro patas e rapidez aos felinos, mas os permitiu andar somente em terreno firme e seco, negando-lhes asas para voar; deu aos pássaros o dom do voo sem limites, mas os advertiu quanto aos felinos, para que não pousassem, jamais no chão; ora, então lhes impôs limites também; aos peixes, deu branquias, para respirar na água, e negou este direito aos felinos e aos pássaros, e os advertiu para que não adentrassem n'água, pois não teriam como respirar.


Biografia:
José de Aguiar Junior, paulistano, escritor de contos, histórias e crônicas.
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Contos O castelo de Pedra José de Aguiar Junior
Contos A Carruagem José de Aguiar Junior

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Publicações de número 11 até 12 de um total de 12.


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