Capítulo III - Mudanças em meses
A madrugada foi longa para Mirian e Jorge. Ela explicava para seu marido o que havia acontecido e que ainda estava com uma dor muito forte na cabeça. Ele ouvia atentamente:
- Parece que assim que saí do supermercado, algo me atingiu de dentro para fora na cabeça. E isso deixou uma sensação de latejamento. Dói até agora.
- Estranho... Você nunca foi de ter dores assim... Ainda mais enxaquecas!
- Pois é. Não consigo nem abrir os olhos que já me dói.
- Quer algum remédio, amor? - "Amor? Você nunca me chamou de amor!" Pensava confusa uma Mirian desconfiada.
- Pode ser, mas nada muito forte. Não quero apagar igual nos filmes... Só conseguir dormir, porque amanhã, tenho que fazer muitas coisas. Ai!! Só de lembrar já dói.
Jorge foi até a cozinha, no andar de baixo buscar o remédio com os pensamentos a mil: "O que eu to fazendo? Levar remédio na cama? Ah que paciência que eu tenho que ter com essa mulher. Se bem que, é melhor ela me ter do lado dela, do que do lado do...*pegando remédio* Bom, vamos lá, papel de bom marido."
Depois de resolvida com a polícia sobre o caso do "Farol vermelho" - era assim que a imprensa estava chamando -, Mirian estava terminando uma consulta com sua psicóloga Fábia, quando se lembrou de pedir um conselho à ela sobre casamento.
- O que você faz quando seu marido começa a mudar de personalidade? Um dia ele te xinga e é incompreensível e um tempo depois está te chamando de amor e cuidando de você...
- Olha, Mirian, pode ser que com esse incidente, ele tenha percebido que se te perdesse, nunca teria a chance de te agradar, nunca poderia ter demonstrado de verdade quem ele é, sem aquele orgulho todo de que você me conta.
- Sei... Sei... - Respondeu só por responder mesmo, porque nem ouviu direito o que Fábia tinha falado. Com a mente focada nas mudanças de Jorge, ela se despediu e foi embora. De táxi.
Júlio e Jacob já tinham chegado em casa quando ela retornou do consultório. Entrou, passou pela sala, subiu as escadas, olhou no quarto do filho mais velho e o viu destruindo mais um boneco de Lego. No quarto de Júlio, tudo escuro com um fiozinho de luz de lanterna, embaixo de uma cabana (da Turma da Mônica) que ficava montada no quarto dele e o barulhinho confortante de lápis riscando uma folha. Não quis atrapalhar a criatividade de seu filho preferido e foi para seu quarto trocar de roupa.
O menino adorava pôr no papel tudo que passava pela sua cabeça. Tinha essa "mania estúpida" dizia Jake desde muito pequeno, desde que aprendeu a escrever (com 2 anos e meio) e que aprendeu a controlar suas habilidades motoras (com 2 anos). Não parou mais de pintar, de escrever, de colorir e de colocar tudo em forma de arte e depois, esconder. Escondia aquelas artes que, em sua mente, eram proibidas.
Sua preferência era, notadamente, a escrita e por isso sua caligrafia era perfeita, quase como a de um adulto. Na verdade, muito melhor que a de um adulto. Um de seus textos preferidos era o que contava a história de como foi o primeiro dia de aula na escola em 96. "Todo mundo correndo quando bateu o sinal e eu estava perdido. Minha futura professora veio falar com migo (erros de gramática aconteciam com ele até mais ou menos os 4 anos) e me ajudou a chegar na sala de aula." Era assim o começo do conto intitulado "Escola, um novo mundo".
O tratamento de Mirian com Fábia terminou muitos meses depois; as mudanças de Jorge se mantiveram muitos meses depois. Ele ficava cada vez mais amoroso e carinhoso. Chegou até a faltar no trabalho durante uma semana para ficar com os garotos nas férias de verão deles. Tinha alguma coisa acontecendo ali e Mirian sabia. Júlio também.
A madrugada foi longa para Mirian e Jorge. Ela explicava para seu marido o que havia acontecido e que ainda estava com uma dor muito forte na cabeça. Ele ouvia atentamente:
- Parece que assim que saí do supermercado, algo me atingiu de dentro para fora na cabeça. E isso deixou uma sensação de latejamento. Dói até agora.
- Estranho... Você nunca foi de ter dores assim... Ainda mais enxaquecas!
- Pois é. Não consigo nem abrir os olhos que já me dói.
- Quer algum remédio, amor? - "Amor? Você nunca me chamou de amor!" Pensava confusa uma Mirian desconfiada.
- Pode ser, mas nada muito forte. Não quero apagar igual nos filmes... Só conseguir dormir, porque amanhã, tenho que fazer muitas coisas. Ai!! Só de lembrar já dói.
Jorge foi até a cozinha, no andar de baixo buscar o remédio com os pensamentos a mil: "O que eu to fazendo? Levar remédio na cama? Ah que paciência que eu tenho que ter com essa mulher. Se bem que, é melhor ela me ter do lado dela, do que do lado do...*pegando remédio* Bom, vamos lá, papel de bom marido."
Depois de resolvida com a polícia sobre o caso do "Farol vermelho" - era assim que a imprensa estava chamando -, Mirian estava terminando uma consulta com sua psicóloga Fábia, quando se lembrou de pedir um conselho à ela sobre casamento.
- O que você faz quando seu marido começa a mudar de personalidade? Um dia ele te xinga e é incompreensível e um tempo depois está te chamando de amor e cuidando de você...
- Olha, Mirian, pode ser que com esse incidente, ele tenha percebido que se te perdesse, nunca teria a chance de te agradar, nunca poderia ter demonstrado de verdade quem ele é, sem aquele orgulho todo de que você me conta.
- Sei... Sei... - Respondeu só por responder mesmo, porque nem ouviu direito o que Fábia tinha falado. Com a mente focada nas mudanças de Jorge, ela se despediu e foi embora. De táxi.
Júlio e Jacob já tinham chegado em casa quando ela retornou do consultório. Entrou, passou pela sala, subiu as escadas, olhou no quarto do filho mais velho e o viu destruindo mais um boneco de Lego. No quarto de Júlio, tudo escuro com um fiozinho de luz de lanterna, embaixo de uma cabana (da Turma da Mônica) que ficava montada no quarto dele e o barulhinho confortante de lápis riscando uma folha. Não quis atrapalhar a criatividade de seu filho preferido e foi para seu quarto trocar de roupa.
O menino adorava pôr no papel tudo que passava pela sua cabeça. Tinha essa "mania estúpida" dizia Jake desde muito pequeno, desde que aprendeu a escrever (com 2 anos e meio) e que aprendeu a controlar suas habilidades motoras (com 2 anos). Não parou mais de pintar, de escrever, de colorir e de colocar tudo em forma de arte e depois, esconder. Escondia aquelas artes que, em sua mente, eram proibidas.
Sua preferência era, notadamente, a escrita e por isso sua caligrafia era perfeita, quase como a de um adulto. Na verdade, muito melhor que a de um adulto. Um de seus textos preferidos era o que contava a história de como foi o primeiro dia de aula na escola em 96. "Todo mundo correndo quando bateu o sinal e eu estava perdido. Minha futura professora veio falar com migo (erros de gramática aconteciam com ele até mais ou menos os 4 anos) e me ajudou a chegar na sala de aula." Era assim o começo do conto intitulado "Escola, um novo mundo".
O tratamento de Mirian com Fábia terminou muitos meses depois; as mudanças de Jorge se mantiveram muitos meses depois. Ele ficava cada vez mais amoroso e carinhoso. Chegou até a faltar no trabalho durante uma semana para ficar com os garotos nas férias de verão deles. Tinha alguma coisa acontecendo ali e Mirian sabia. Júlio também.
-Leitores, obrigada pela preferência!! Continuem seguindo a história da família de Júlio.
-Se vocês quiserem, podem me mandar sugestões, feedbacks, comentários no meu e-mail (NATHYTG@HOTMAIL.COM), twitter (@NATHY_TG) ou blog (WWW.WRTITTENSECRETSBRAZIL.BLOGSPOT.COM)
-Beijos ;)
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