Uma noite inteira, acordado
Planejando o dia vindouro
Visando sonhos sonhados
Sonhos de prata e de ouro
Casar-se, ter filho, ter casa,
Numa ordem inversa talvez.
Te amar, desejar, atiçar a brasa
E depois calar-se, provocar altivez.
Saudades desse tempo, que se viajava,
Flutuando, navegando, correndo
Atrás de certo sonho que não alcançava
E que quando tocava, vivia sofrendo
Ficava ansioso, perdia-se no tempo
Desconhecia a hora, desligava-se de tudo
Entre desejos e sonhos ao vento
Gritar, falar, murmurar, ficar mudo.
Eis que tudo se resume
Em lembranças de um tempo de vaidade...
Que talvez não mais se repita
Ficando uma saudade, duas saudades; toda saudade!
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