Quando a coisa mais injustiçada do mundo deixar de ser o seu próprio umbigo, você há de ser uma pessoa melhor. Quando for lúcida o bastante para enxergar seus erros. Quando for mais sensível para perceber o sofrimento tamanho que palavras ásperas causam. Quando for capaz de admitir sua estupidez, suas injustiças, seus julgamentos cruéis, seus dramas desnecessários... Quando, finalmente estiver só, lá num lugar onde você sempre quis sem que ninguém indesejável possa interferir no seu dia, ou mesmo dizer algo que você não gostaria de ouvir, convidá-la para acompanhá-la a um programa que não será o maior do mundo e nem espetacular, quando esse alguém indesejável não puder mais ser presente em você, na sua vida, e você sentir que seu passado não precisa existir, por favor, siga sua vida sem olhar para trás, não olhe...mas, se sentir que a sua vida anterior, a pessoa vil que você era antes, te causa um mínimo constrangimento que seja, volte que ao menos sua família estará lá para te receber sempre, a porta estará aberta, porque ninguém no mundo a receberá exatamente como alguém cujo sangue nas veias é o mesmo que pulsa nas suas.
_Mãe, me desculpe...
Mas, a tal mãe nem precisa responder com a boca.
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