Tenho medo das tempestades da vida.
Daquelas que encobrem
o brilho do sol
e deixam para sempre
nuvens escuras
no interior do coração.
E tenho medo de ter de partir
para não ter de para sempre perder.
Isso eu sei,
é difícil de entender.
E se partir, não sei para onde ir,
porque tenho medo
de me levar comigo,
pois só metade
vou conseguir trazer.
E o medo hoje tomou conta de mim
porque compreendi
que não posso ser eu.
E sem ser eu,
também não sei viver.
E tenho medo do meu cansaço,
da minha tristeza.
Estou tão cansada,
tão cansada de na vida
sempre sofrer.
O silêncio do dia,
por menor que seja,
ofusca a alegria
e joga meu dia
no medo da escuridão.
Eu preciso da voz do vento
a sussurrar doces palavras
em meu coração.
Se também isso terei de perder,
então não há mais porque viver.
As janelas da vida já se fecharam
para que eu não possa mais ver,
o sofrimento, o choro,
que no céu também se passa
porque minha alma
está a fenecer.
Mas a voz do vento,
o que ele faz,
vive e sente,
sem isso não
conseguirei viver.
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