TRANSTORNOS MENTAIS NO TRABALHO
A sugestão da presença de um transtorno mental pode acarretar reações imprevisíveis do indivíduo, familiares e colegas. As pessoas chamadas de “loucas” geralmente são encaminhadas a psicólogos, psicanalistas e psiquiatras.
A partir de 1950 passaram a ser utilizados novos psicofármacos para o tratamento dos transtornos mentais. Nessa época a psicoterapia começou a evoluir, embora houvesse reduzida participação de psicólogos nesses casos, pouca utilização de testes psicológicos e escassa presença de pesquisas em Psicologia Organizacional.
A atuação do psicólogo proporciona um aumento da produtividade e qualidade de vida no trabalho, trazendo um efeito multiplicador em toda a sociedade.
O diagnóstico dos transtornos orgânicos ou mentais sofreu transformações ao longo do tempo e os resultados dos diagnósticos geralmente variam de tempo e de cultura a cultura.
O Departamento de Saúde e Serviço Social dos EUA alerta que uma em cada três pessoas adultas terá algum tipo de transtorno mental durante a vida, por causa de crenças como: sentimentos de culta, medo de serem percebidas como loucas, rótulo de personalidade fraca e receio de perder o emprego.
Ao administrar cabe a promoção da saúde mental no que se refere as atividades de saúde e segurança no trabalho. Um indivíduo mentalmente saudável é aquele que: compreende que não é perfeito, não pode ser tudo para todos, vivencia uma vasta gama de emoções, enfrenta os desafios e mudanças da vida e sabe lidar com traumas e transições.
Os transtornos mentais ocasionam: a redução da produtividade, conflitos interpessoais e aumento do custo de vida. Na sociedade brasileira há dois desafios: o transtorno do estresse pós-traumático e a drogadição.
Os principais transtornos mentais presentes no ambiente de trabalho são:
a) Estresse: perturbações que causam distúrbios agudos ou crônicos no bem-estar das pessoas, afetando a digestão, o humor, transtornos de ansiedade, humor e muitos outros dissabores. O estresse se manifesta de várias maneiras, como: sensação de tensão, irritação, falta de concentração, receio de se expor, distúrbios físicos. As causas do estresse podem ser: fatores relacionados às tarefas, como competência técnica, carga psíquica do trabalho e outros relativos ao trabalho;
b) fatores relacionados às normas, como: as instruções, regulamentos, diretrizes, etc.;.
c) às relações interpessoais pela falta de treinamento para tratar com clientes ou colegas de trabalho, falta de treinamento, preparo insuficiente dos supervisores, falta de informações sobre papéis e fatores inerentes às pessoas, como comportamentos arraigados, habilidades, crenças e outros;
d) fatores relacionados aos processos, como: exercício da autoridade, qualidade e disponibilidade de informações.
Essas situações podem ser reduzidas, utilizando-se de melhoria da tecnologia, melhoria da informação interna, melhoria de mensagens e melhoria de comportamentos.
As principais conseqüências dos transtornos do estresse pós-traumático, são: a) paralização das atividades; b) alterações comportamentais dos afetados; c) perda de mória; d) dificuldade de reinserção do indivíduo nas suas tarefas e a incapacidade de realizar certas tarefas.
No que se refere à depressão, esta afeta milhões de pessoas em todo o mundo e pode ser visível através de uma série de sinais, como: redução da iniciativa, crescente isolamento, incapacidade de reagir, falta de capacidade de comunicar-se entre outras.
Um grande número de pessoas sofre de transtornos no sono, que ocasiona vários efeitos sociais e econômicos, a saúde cognitiva fica comprometida, falta de concentração, redução da atenção, falhas nas tarefas, irritação e muitos outros.
O alcoolismo é a causa-raíz do estresse, por força de traumas na maior parte dos casos, trazendo um aumento da agressividade e o comprometimento da concentração, distúrbios do pensamento e da percepção.
As alterações e transtornos de personalidade merecem muita atenção em padrões de comportamento, em virtude do estresse prolongado. As alterações de personalidade são devidas às políticas demissionais e alterações significativas no trabalho. Os transtornos de personalidades têm como causa a inflexibilidade e ocorrem em situações como: desconfiança sistemática e excessiva, indiferença a críticas e a elogios e impulsividade excessiva. Nessas situações, o diagnóstico por profissional habilitado é fundamental para o correto encaminhamento.
O papel do psicólogo na organização é promover a saúde mental do trabalhador, através da identificação e neutralização de situações de conflito, programas específicos de Saúde e Medicina do Trabalho. Os programas de trabalho incluem o trabalho cooperativo de várias especializações médicas. A identificação de situações e conflito incluem a identificação de comportamentos inadequados à tarefa, conflitos de relações interpessoais, deficiências em comunicação interpessoal, falta de concentração, entre outras.
Concluindo: os transtornos mentais trazem prejuízos para a qualidade de vida e para a produtividade e ocorrem em profissionais de todos os níveis e capacidades. O trabalho do administrador em benefício da saúde mental começa com o combate ao preconceito. O psicólogo organizacional é um profissional qualificado para contribuir com essa missão. Embora faltam a compreensão de eficácia das ações destinadas a promover a saúde mental dos profissionais, cabe às organizações unirem-se às universidades para dar um tratamento científico a essa matéria.
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