O Brasil constituiu as suas Universidades em 1922, no centenário de nossa independência, enquanto o México e o Perú, já haviam feito isso desde 1551. A fundação da Universidade Católica do Rio de Janeiro, em 1941, começou a lançar raízes em nossa civilização.
A Universidade é uma instituição cuja finalidade é a formação do homem completo. A Universidade possui três conceitos fundamentais: a unidade, a comunidade e a universalidade.
A verdadeira unidade universitária consiste no agrupamento orgânico dos estudos, segundo uma harmoniosa escala de valores. A comunidade supõe a vida em comum de alunos e professores das diferentes faculdades, uns com os outros e de todos com o meio social, tanto nacional como internacional. Em seu caráter de universalidade, a Universidade deve ser dividida em várias faculdades, pois seu espírito, é ao mesmo tempo de especialização e de generalização.
A Universidade deve procurar alargar os espíritos, abrir janelas, estabelecer contatos com o mundo exterior e com outras culturas, afastadas no tempo e no espaço.
A tipologia universitária abrange três tipos – eclético, dirigido e orgânico. Todas elas possuem bons e maus professores, alunos interessados e com falta de interesse, melhor ou pior distribuição de matérias ou cursos, bons ou maus métodos, etc.
A Universidade eclética é a que não possui um laço substancial comum ou uma finalidade transcendente que estabeleça a ligação entre as Faculdades e entre as cátedras. É o tipo mais freqüente de Universidade moderna.
Nas Universidades dirigidas, o que prevalece é a primazia das ciências sociais. Alí o que domina é a ciência a serviço da política. Podem ser elencadas as Universidades comunista, nazista, fascista ou neofascista, todas dirigidas para um fim extra-universitário.
A Universidade de tipo orgânica é a que mais se aproxima da natureza das coisas e vem a completar o que fazem a educação primária e a educação secundária.
O ensino secundário visa a formação da personalidade e o fornecimento de instrumentos de trabalho, para a vida ou para o ingresso no plano universitário, operando-se aí dois movimentos: o da especialização e a cultura geral.
A Universidade Orgânica é marcada por um tríplice sinal: o da plenitude, o da autonomia e o da espiritualidade. O Espírito Universitário é plenitude e daí, a importância fundamental da conciliação entre especialização e cultura geral.
Quanto à autonomia, a Universidade não é uma criação arbitrária do Estado ou de um Partido ou de um Particular, mas uma exigência natural e um índice de desenvolvimento de um povo e de um regime. Neste sentido, a autonomia confere à Universidade, um genuíno pluralismo social e deve ser, simultaneamente, cultural, política e econômica. O princípio de autonomia, em sua tríplice face, cultural, política e econômica, é a Segunda nota típica da Universidade, como autêntica instituição civilizadora.
A espiritualidade não deve ser apenas mais um compartimento na colmeia intelectual do corpus scientlarum, mas a seiva que penetra toda a árvore, tronco e ramos, o próprio cimento que mantém a unidade do edifício e liga entre si todos os elementos de sua construção. Uma espiritualidade que se alimenta de uma Fé, por natureza universal como é a Fé Católica, só se converte em sectarismo por culpa dos que a professam de modo errado. Outrossim, a natureza da Igreja é relembrar aos homens, a cada passo, a primazia dos valores eternos sobre os valores efêmeros, assim como zelar pela pureza dos costumes.
O humanismo teocêntrico deve ser visto como o clima de uma verdadeira Universidade e pode ser o diferencial entre a Universidade eclética, sem unidade, como da totalitária, em que a Uniformidade sectária é apenas uma caricatura de unidade.
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