A insuficiência cardíaca tem se tornado um grande problema de Saúde Pública, causado, especialmente, pelo aumento da longevidade e envelhecimento da população. Para fazer frente a este problema, a reabilitação na insuficiência cardíaca desses doentes, tem permitido uma melhoria significativa da eficácia do tratamento médico.
Tem-se conhecimento que os doentes com insuficiência cardíaca crônica apresentam os sintomas de sensação de fadiga e dispnéia com o esforço. Por causa desses sintomas, os doentes tendem a apresentar alterações psicológicas, envolvendo ansiedade, depressão e alterando a execução das atividades da vida diária dos doentes, afetando a sua qualidade de vida e interação sociofamiliar.
No sentido de amenizar esses problemas, o exercício físico tem sido recomendado como importante forma terapêutica na disfunção cardíaca crônica estabilizada. O exercício físico tem sido reconhecido como um componente aglutinador dos programas de reabilitação cardíaca, cujo objetivo abrange a prevenção primária, secundário e um restabelecimento da condição física, psicológica e social.
O efeito benéfico dos exercícios físicos nos doentes que têm esgotada a sua capacidade de reserva central, pode ser justificado pelo reconhecimento dos fatores periféricos a nível muscular esquelético limitativos da capacidade de esforço e pela melhoria de sua eficiência. O exercício físico tem também, um efeito benéfico a nível das alterações autonômicas e neurohormonais, acarretando a redução dos níveis de renina e aldosterona plasmáticos.
Embora não existam estudos que corroborem os efeitos do exercício, estudos recentes apontam a melhoria da função endotelial, especialmente uma ação favorável sobre o vasorelaxamento endotélio-dependente. Podem ser citados outros efeitos benéficos do exercício, como a melhoria do perfil lipoproteico, diminuição da adiposidade, diminuição da resistência à insulina, redução da tensão arterial, diminuição da reatividade e agregação plaquetária e aumento da atividade fibrinolítica.
Por outro lado, existem contraindicações do exercício físico, que abrangem: a insuficiência cardíaca agudizada ou instável, a existência de obstrução ventricular, miocardite, insuficiência cardíaca associada à isquemia significativa com exercício leve, e existência de intercorrências.
A literatura específica acerca dos exercícios físicos recomenda dois tipos: a) os exercícios aeróbicos, como a marcha, bicicleta e calistênicos. Por suas especificidades, esses exercícios são uma forma tradicional dos programas de reabilitação cardíaca e podem ser executados de forma contínua; b) exercícios de endurance segmentares que são trabalhados de forma seqüencial, servindo para melhoria da troficidade muscular.
Deste modo, adotar uma rotina de exercícios físicos ajuda na reabilitação cardíaca, além de outros benefícios para os pulmões, músculos, ossos, articulações e até mesmo, o estado mental do paciente. Há estudos que comprovam os resultados dos exercícios físicos, como uma menor taxa de mortalidade, aumentam a auto-estima e fazem com que o indivíduo se sinta mais animado e menos tenso.
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