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PROVÉRBIOS 12
Silvio Dutra

No verso 1 se afirma que:

“O que ama a correção ama o conhecimento; mas o que aborrece a repreensão é insensato.” (v. 1)

Isto porque na condição de limitados, imperfeitos e pecadores, mesmo os cristãos necessitam serem exortados (encorajados a perseverarem na fé e na prática da justiça) ainda quando tudo vá bem com eles nos assuntos do reino de Deus, porque este é o modo determinado pelo Senhor para que nunca venham a cair, como vemos no ensino do Novo Testamento.
Tendo falado do peso da responsabilidade dos ministros do evangelho, Paulo apresentou a Timóteo, em II Tim 4.2, de maneira resumida, quais são os principais deveres do ministro do evangelho:
Primeiro: Pregar a Palavra, instando a tempo e fora de tempo.
Em segundo lugar: Admoestar.
Em terceiro: Repreender.
E em quarto: Exortar.
Sendo que tudo isto deve ser feito com toda longanimidade e doutrina.
Nós veremos agora, mais detalhadamente, cada um destes deveres.
1 – Pregação da Palavra
Muito pode ser dito sobre a verdadeira pregação, mas não é nosso propósito esgotar o assunto neste breve comentário.
A pregação da Palavra é citada em primeiro lugar por Paulo porque é este o principal dever do ministro do evangelho.
Eles não devem pregar fábulas, invenções, filosofia, psicologia, sociologia, ou seja o que for que seja diferente da Palavra de Deus.
Por isto Paulo não disse simplesmente a Timóteo para pregar, mas para pregar a Palavra. Ele definiu assim o que deve ser pregado.
A ação de instar a tempo e fora de tempo tem a ver com a aplicação da pregação, porque o dever do ministro não é apenas o de pregar sermões mas aplicar a Palavra à vida dos seus ouvintes, e isto ele deve fazer instando com eles em toda ocasião oportuna.
O pastor puritano Richard Baxter visitava todas as ovelhas do seu rebanho com este propósito de instar com elas para aplicarem a Palavra de Deus em suas vidas.
E todos os pastores puritanos não se limitavam a apenas pregarem sermões, como também a fazerem aplicações práticas de seus sermões às vidas dos ouvintes.
O pastor não deve por exemplo, se limitar simplesmente a pregar um sermão sobre santificação, mas se esforçar para conduzir suas ovelhas a se consagrarem verdadeiramente a Deus para que possam ser santificadas pelo Espírito, mediante prática da Palavra.
Isto será feito basicamente com os outros deveres dos ministros citados por Paulo de admoestar, repreender e exortar, usando de toda longanimidade e doutrina.
As pregações, admoestações, repreensões e exortações devem chamar seriamente a todos os cristãos a um permanente arrependimento, porque esta é a condição que convém a pecadores ainda que redimidos; porque arrependimento significa vidas transformadas, mentes renovadas, conversão diária à vontade de Deus, e isto não será atingido se a pregação não mover as consciências e os corações dos ouvintes.
Os cristãos devem ser chamados seriamente a darem a devida atenção ao cuidado que devem ter com o pecado e com o cumprimento dos deveres deles para com Deus.
Eles devem ser incentivados a viverem por fé e não por vista e a terem uma vida verdadeiramente santa.   
O pregador deve fazer o seu trabalho confiando que o Espírito Santo fará o Seu de aplicar nos corações as verdades que forem pregadas.
Em segundo lugar há também o dever do pastor de admoestar as pessoas.
Admoestar é o mesmo que repreender, censurar, corrigir.
Os ministros do evangelho também estão encarregados deste dever por Deus em relação às ovelhas, porque todos os que são tornados filhos de Deus por meio da fé em Cristo, estão automaticamente debaixo da disciplina da aliança que Deus fez com eles através do sangue de Jesus Cristo.
No décimo oitavo capítulo do evangelho de Mateus Jesus detalhou o modo de aplicação desta disciplina corretiva.
Muito se fala da finalidade da disciplina que é a de conduzir os filhos de Deus ao arrependimento por suas faltas relativas a um viver deliberado no pecado, mas infelizmente isto tomou em nossos dias a conotação de tolerância para com os seus pecados, quando que, apesar de ser verdade que há esta finalidade de conduzir ao arrependimento, nosso Senhor deixou claramente afirmado que aquele que não se arrepender deve ser considerado como um gentio e publicano, isto é, como um estranho para a Igreja.
Este abrandamento da disciplina, ou até mesmo a falta da sua aplicação tem levado indiretamente muitos cristãos a viverem sem qualquer temor do Senhor em suas Igrejas, e também a não respeitarem e honrarem àqueles que foram levantados por Ele para apascentarem as suas vidas.
Mas Paulo disse a Timóteo que ele estava encarregado deste dever de corrigir os indisciplinados, e não somente ele, como todos os ministros do evangelho, porque têm recebido do Senhor, autoridade para reter e perdoar pecados na Igreja.
Não que o poder seja propriamente deles, mas têm recebido autoridade delegada para exercerem essa disciplina em nome de Cristo e segundo a Sua vontade e Palavra.    
Assim, não é nenhuma agressão pessoal que um ministro da Palavra faz quando repreende cristãos de sua congregação por causa de faltas praticadas por eles.
Ao contrário ele está velando pelas suas almas e cumprindo o dever que lhe foi imposto por Cristo. Ele está exibindo verdadeiro amor e misericórdia para com os faltosos, de maneira a livrá-los de futuros juízos no tribunal de Cristo, quanto todos terão que prestar contas a Deus.
A palavra usada no original grego para admoestação é elégko e esta mesma palavra é usada em textos como Ef 5.11, 13; Tito 1.13; 2.15 e Hb 12.5, por exemplo, onde é traduzida por correção, reprovação e repreensão.
Em terceiro lugar, é dever do pastor repreender.
Isto pode parecer uma repetição do dever anterior de admoestar, mas a palavra usada por ele no original grego para repreender é outra palavra diferente de elégko.
Aqui ele usou a palavra epitimáu que encontramos em outros textos tais como Mt 8.26; 16.22; 17.18; Jd 1.9.
Esta palavra significa repreender, advertir, prevenir, e também admoestar, tanto quanto admoestar inclui também o significado de repreender.
A diferença básica entre estas duas ações consiste então no alvo de cada uma delas, porque a palavra grega elégko tem o alvo de reprimir, de corrigir, e epitimáu, o de prevenir.
Com a primeira ação nós combatemos e confrontamos diretamente o mal através da palavra de admoestação, e na segunda nós o prevenimos através da palavra de aconselhamento.   
A palavra de repreensão preventiva, eptimáu, tem por alvo principalmente mostrar aos cristãos o quanto Deus fica desgostoso com as faltas deles, de maneira que sejam levados ao arrependimento.

Finalmente, o quarto dever do pastor apontado por Paulo é o de exortar.
A exortação tem em vista incentivar à perseverança na busca de santidade.
Assim devem ser também exortados os que estão firmes na fé, de maneira que busquem fazer um progresso cada vez maior em santificação, e para que nunca venham a se desanimar em seus esforços em diligência rumo à maturidade cristã e preservação da fidelidade deles a Deus.
Desde o início desta epístola, Paulo lembrou a Timóteo o dever dos ministros do evangelho de serem pacientes no sofrimento no exercício do seu ministério.
Então, não podem esquecer que devem pregar, instar, admoestar, repreender, e exortar com toda a longanimidade, isto é, não perdendo a paciência em ira contra as ovelhas, mesmo contra as indisciplinadas.
O conteúdo destas ações pastorais deve ser segundo a sã doutrina, e não por qualquer outro meio.
Em suma, este trabalho deve ser feito muito pacientemente, para que seja efetivo.
O motivo alegado por Paulo para ter encarregado Timóteo destes deveres, e não somente ele, mas a todos que ele deveria ordenar e ensinar a fazer as mesmas coisas que Paulo lhe estava ordenando tinha em vista principalmente manter a pregação da verdade no mundo porque ele sabia que o erro se manifestaria de uma tal forma na Igreja a partir de uma determinada época que muitos se desviariam de ouvir a sã doutrina e se voltariam às fábulas, isto é, a mitos, contos, estórias espetaculares, por preferirem dar ouvidos a coisas agradáveis segundo os seus desejos carnais, e assim escolheriam mestres para si na Igreja que lhes ministrassem segundo estes desejos carnais deles, rejeitando toda forma de admoestação, repreensão e exortação a uma vida santificada.
Em face deste perigo que se aproximava e que assolaria a Igreja em todas as partes do mundo, nada seria mais necessário do que esta firme posição em defesa da verdade, que deveria ser achada nos ministros do evangelho, em face das pressões que eles sofreriam das pessoas para afrouxarem na doutrina.
Timóteo deveria lembrar que a carne não está sujeita à Lei de Deus e nem mesmo pode estar; que ela luta constantemente contra o Espírito.
Então, aqueles que quiserem agradar à carne, jamais poderão agradar a Deus.   
Assim, independentemente das aflições que Timóteo viesse a sofrer por causa destas pressões e sentimentos de rejeição à sã doutrina, ele deveria suportar tudo com paciência e perseverança, cumprindo o seu ministério de evangelista, porque ainda viria um tempo em que a situação ficaria ainda mais grave; e nada seria mais necessário que a Igreja estivesse bem fundamentada na verdade para poder ficar firme nestes dias tempestuosos.




“1 O que ama a correção ama o conhecimento; mas o que aborrece a repreensão é insensato.
2 O homem de bem alcançará o favor do Senhor; mas ao homem de perversos desígnios ele condenará.
3 O homem não se estabelece pela impiedade; a raiz dos justos, porém, nunca será removida.
4 A mulher virtuosa é a coroa do seu marido; porém a que procede vergonhosamente é como apodrecimento nos seus ossos.
5 Os pensamentos do justo são retos; mas os conselhos do ímpio são falsos.
6 As palavras dos ímpios são emboscadas para derramarem sangue; a boca dos retos, porém, os livrará.
7 Transtornados serão os ímpios, e não serão mais; porém a casa dos justos permanecerá.
8 Segundo o seu entendimento é louvado o homem; mas o perverso decoração é desprezado.
9 Melhor é o que é estimado em pouco e tem servo, do que quem se honra a si mesmo e tem falta de pão.
10 O justo olha pela vida dos seus animais; porém as entranhas dos ímpios são cruéis.
11 O que lavra a sua terra se fartará de pão; mas o que segue os ociosos é falto de entendimento.
12 Deseja o ímpio o despojo dos maus; porém a raiz dos justos produz o seu próprio fruto.
13 Pela transgressão dos lábios se enlaça o mau; mas o justo escapa da angústia.
14 Do fruto das suas palavras o homem se farta de bem; e das obras das suas mãos se lhe retribui.
15 O caminho do insensato é reto aos seus olhos; mas o que dá ouvidos ao conselho é sábio.
16 A ira do insensato logo se revela; mas o prudente encobre a afronta.
17 Quem fala a verdade manifesta a justiça; porém a testemunha falsa produz a fraude.
18 Há palrador cujas palavras ferem como espada; porém a língua dos sábios traz saúde.
19 O lábio veraz permanece para sempre; mas a língua mentirosa dura só um momento.
20 Engano há no coração dos que maquinam o mal; mas há gozo para os que aconselham a paz.
21 Nenhuma desgraça sobrevém ao justo; mas os ímpios ficam cheios de males.
22 Os lábios mentirosos são abomináveis ao Senhor; mas os que praticam a verdade são o seu deleite.
23 O homem prudente encobre o conhecimento; mas o coração dos tolos proclama a estultícia.
24 A mão dos diligentes dominará; mas o indolente será tributário servil.
25 A ansiedade no coração do homem o abate; mas uma boa palavra o alegra.
26 O justo é um guia para o seu próximo; mas o caminho dos ímpios os faz errar.
27 O preguiçoso não apanha a sua caça; mas o bem precioso do homem é para o diligente.
28 Na vereda da justiça está a vida; e no seu caminho não há morte.”


Biografia:
Servo de Deus, que tendo sido curado, pela graça de Jesus, de um infarto do miocárdio e de um câncer intestinal, tem se dedicado também a divulgar todo o material que produziu ao longo dos 43 anos do seu ministério, que sempre realizou para a exclusiva glória de Deus, sem qualquer interesse comercial ou financeiro. Há alguns anos atrás, falou-me o Senhor numa visão que eu fosse ter com os puritanos e com Martyn LLoyd Jones. Exatamente com estas palavras. Por incrível que possa parecer, até então, nunca havia ouvido falar sobre os puritanos e LLoyd Jones. Mais tarde, fui impelido pelo Senhor a divulgar todo o material que havia produzido como fruto do referido estudo. Você pode ler e baixar estas mensagens nos meus seguintes blogs e site: http://livrosbiblia.blogspot.com.br/ Comentário dos livros do Velho Testamento https://www.legadopuritano.com/ https://spurgeonepuritanos.net/ https://jenyffercarrandier.wixsite.com
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