A cachaça “Providência”, produzida no município de Buenópolis-MG, é engarrafada em recipientes escuros, do tipo garrafa de cerveja de 600 ml, com tampa de metal, possuindo um teor alcoólico de 47% em volume e não envelhecida, ou seja, apresenta-se como “branquinha” e com aroma e sabor bem marcantes. O custo da garrafa gira em torno de R$ 19,00 a R$ 25,00.
É uma cachaça não muito fácil de ser encontrada, sendo preciso cuidado ao adquirir a legítima Providência, pois, segundo Messias Cavalcante, em seu livro “Todos os Nomes da Cachaça”, diz ter outras oito com o mesmo nome, sendo quatro oriundas do estado de Minas Gerais. A autêntica é produzida e engarrafada por Aguardente Irmãos Teixeira Ltda., na Fazenda do Condado. Em seu rótulo traseiro diz que o prazo de validade é indeterminado, mas quanto mais velha melhor.
A cidade de Buenópolis, onde ela é produzida, fica na região centro-norte do estado de Minas Gerais (Alto São Francisco), em uma região conhecida como área dos grandes sertões, popularizada pelo escritor Guimarães Rosa. Dista 280 km da capital, Belo Horizonte, e chega-se a ela através da BR-135, passando por Curvelo e Corinto.
Escrevo este texto nem tanto para enaltecer as qualidades da Providência, mas sim para divulgar um “causo” que me foi contado pela proprietária de uma cachaçaria da cidade mineira de Poços de Caldas, local onde adquiri uma garrafa da branquinha. Disse-me ela que o ex-presidente Juscelino Kubitschek de Oliveira (mineiro de Diamantina), falecido em agosto de 1976 num acidente automobilístico na rodovia Presidente Dutra (São Paulo-Rio) tinha uma, digamos assim, mania que punha em prática durante as reuniões políticas da qual participava no seu gabinete em Brasília. Em plena reunião, costumava se ausentar por poucos minutos dando a seguinte informação aos presentes: “Com licença senhores, vou tomar uma providência, mas volto logo”. A tal providência era a branquinha que ele mantinha bem guardada em seu gabinete, e era uma boa desculpa para se beber mantendo a palavra. Se tal fato é verdade ou não, é difícil saber. De qualquer maneira, é um “causo” mineiro digno de registro, mesmo que se trate de puro folclore. Dizem que essa história surgiu em Minas Gerais e o costume se espalhou no Brasil, surgindo em Goiás a “Atitude” e na Bahia, a “Decisão”.
Experimente este drinque recomendado por um barman:
- Uma polpa de coco (100 gramas)
- Três doses de cachaça Providência
- Leite condensado
- Gelo
Misture tudo no mixer ou liquidificador de modo que fique bem cremoso e gelado como se fosse um frapê. Sirva com canudos.
Contatos com a produtora e engarrafadora:
Telefones: (38) 3756.1174 e (38) 9981.0654
E-mail: wagnerdaprovidencia@bol.com.br
Nota: Juscelino Kubitschek foi presidente do Brasil entre 1956 e 1961, além de prefeito de Belo Horizonte de 1940 a 1945 e governador de Minas Gerais de 1951 a 1955.
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