Trôpego,
Desorientado,
Anda pela rua
Todo esfarrapado,
Em louca confusão.
Deita em qualquer canto,
Tem cheiro de morte.
Sorve seus venenos,
Com sofreguidão.
Não quer mais viver.
De medo a se encolher.
Só pensa em morrer
Ou viver na solidão.
Vive esfarrapado
Sujo, sem cuidado
Pele encardida
E de pé no chão.
Vem andando a esmo,
Até parece vesgo,
Tão tonto, perturbado,
Cai lá no portão.
A esperança é azul,
Dela ele não sabe,
E assim na noite fria
Morre o ébrio em vão.
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