Jéssica aperta um dos botões no painel e chama um médico que logo entra e se choca com Jéssica já acordada.
- Eu... Eu to acordada! - Disse Jéssica estranhando tudo, tudo naquela situação na qual se encontrava havia mudado bastante, ela olhava para todos os lados tentando entender o que havia acontecido, estava totalmente anciosa em saber o que acontecera nos anos nos quais ficou em coma.
- Dona Jéssica, seus pais saíram, foram numa lanchonete, irei chamá-los! - Disse o médico surpreso saindo do quarto.
- Espera... - Disse Jéssica, ela olha para tudo e emocionada derrama uma lágrima - Finalmente... Eu to de volta! - Nisso que ela falou logo entrou no quarto o pai de Jéssica, Maurício, ele entrou afobado, seus olhos brilharam como nunca antes vendo a filha acordada, coisa que chegou a acreditar que jamais veria novamente.
- Minha filha! - Exclamou Maurício que correu para abraçá-la e a deu um abraço apertado - Você não faz ideia do quanto sofremos nesse tempo que você esteve em coma! - Enquanto ambos se abraçavam, matavam a saudade e colocavam as muitas novidades destes 6 anos nos quais Jéssica esteve em coma em dia Marcelo e Laura continuavam na agência que continuava incendeando junto com Marcelo, ambos estavam sentados aflitos no meio do escritório cercado por fogo por todos os lados, Marcelo estava desesperado pelo fogo e pelo que descobrira.
- Nós temos que sair daqui Marcelo! - Exclamou assustada.
- Como que o Marcos pôde? Ele... Te sequestrar, tentar matar a Jéssica! A própria irmã, sangue de seu sangue! - Diz Marcelo revoltado. Laura o pegou e o levantou.
- Não é hora de pensarmos nisso! Temos de sair daqui! - Disse Laura pensando - Isso aqui tudo vai incendear!
- É mesmo! - Disse Marcelo se levantando motivado - Vamos tentar sair daqui! Mas depois quero saber de tudo hein! - Laura faz que sim concordando, ambos vão para a janela em busca de uma saída quando se deparam com dezenas de pessoas apreensivas olhando para a agência em altas labaredas, logo chega um caminhão de bombeiros chamado por um popular. Laura e Marcelo sorriem e se abraçam.
- Vamos sair daqui! - Exclama Marcelo - Finalmente! A última coisa que eu queria era passar meu reveillón aqui preso!
- Pra mim tanto faz... Esse reveillón será como outro qualquer. - Ela segura na mão de Marcelo - Eu quero que você prometa que não vai contar nada pro Marcos... Por favor, pela sua irmã.
- Ok, eu prometo que não vou falar nada pra ele.... Por agora! - Nisso que eles falam os bombeiros arrombam a porta da agência, Marcelo e Laura sorriem, os bombeiros correm para acudí-los enquanto alguns com mangueiras apagam o fogo, eles saem. Quando saem do prédio Laura nota que perdeu a máscara facial.
- Marcelo... Eu to sem minha máscara, o Marcos ele tá chegando! - Disse Laura aflita pensando - Eu tenho que ir!
- Ok! - Marcelo abraça Laura, assim que eles cruzam a porta de saída da agência, Laura pega um pano e cobre o rosto e sai correndo em meio a multidão que estranha, Laura entra em seu carro e parte, enquanto isso Marcos que estava em meio a multidão corre para abraçar o irmão recém saído das chamas.
- Maninho! Meu Deus o que aconteceu? - Pergunta Marcos atônito - Eu fiquei tão preocupado com você!
- Ok! Tá tudo bem... Está tudo muito bem! - Disse Marcelo um tanto ironico o abraçando encarando o nada com um olhar pensativo. Enquanto isso Laura chegava em casa pensativa, ela já ouvia naquela hora os fogos de artifício em comemoração do reveillón segurando uma garrafa de champanhe sozinha, não podia ir com a família senão poderia desconfiar, seu reveillón seria como todos os anteriores. Ela se lembrou de sua carreira como cantora, de Jéssica e de todas as promessas e significados dados ao ano novo uma lágrima desceu-lhe o rosto quando lembrava-se de seus beijos com Jéssica, seus shows de sucesso, do sequestro, da sabotagem até que tudo foi cortado por um único som, o telefone tocava, para atender ela enxugou uma lágrima, obviamente seria sua mãe lhe desejando feliz ano novo ou Marcelo já livre do incêndio querendo questionar-lhe, mas aquele dia de reveillón fora muito mais especial do que ela imagina, ela atendeu o telefone do outro lado da linha uma voz embaralhada lhe falava era sua mãe.
- Filha! - Exclamou Dona Margarida - A Jéssica! - Quando Dona Margarida pronunciou tais palavras veio a Laura um aperto no peito, sentindo que certamente seria Jéssica que haveria morrido.
- Ai meu Deus! O que tem ela?
- Ela acordou minha filha! - Exclamou Dona Margarida fazendo Laura quase ter um troço de tanta emoção - Ela recuperou a consciência, tá fora do coma! - Nesse instante um arrepio passa pelo corpo de Laura que vibra com a notícia.
- Eu to correndo pro hospital! - Diz Laura pegando a bolsa incrédula.
- Filha... Pode ser que - Diz Dona Margarida que é cortada.
- Dane-se! - Disse Laura a cortando - Eu preciso vê-la e dane-se o Marcos! Eu necessito vê-la mais do que tudo! - Laura desligou, pegou sua bolsa e em êxtase partiu em seu carro em direção ao hospital em seu carro, eram quase 9 da noite, no céu paulistano já era possível se ver os fogos e os sons do shows que agitavam a Avenida Paulista, a qual Laura estava perto, em seu carro, pensando em Jéssica, pela primeira vez durante mais de meia década finalmente Laura sorriu. Ela chegou no hospital e correu para o quarto de Jéssica, quando chegou em seu quarto e a viu por um instante tudo havia pausado para ambas, aquela cena fora eternizada e sonhada por Laura e Jéssica durante anos em que ela esteve em coma, logo o silêncio entre ambas trocando lindos olhares se quebra.
- Jé... Jés... Jéssica! - Diz Laura - Meu Deus, é você! - Laura corre para os braços da amada e a dá um grande abraço, Maurício, pai de Jéssica fica emocionado com a cena.
- Meu amor! - Diz Jéssica - Quando eu tava desacordada eu só sonhava com você... Eu tinha medo de nunca mais te ver.
- Desculpa Jéssica.... Perdão... Perdão... Eu não queria te abandonar, eu tava traumatizada! Você, eu perdendo o filho, eu ameaçada... Foi muita pressão!
- Eu entendo, eu entendo... O importante é que estamos bem meu amor!
- Esse reveillón é o mais especial da minha vida! - Disse Maurício com lágrimas nos olhos.
- Que tal se fossemos passar o reveillón na Paulista hein? - Pergunta Laura a Jéssica e Maurício.
- Mas os médicos não liberaram-a ainda, isso demora!
- Por favor! Ela não irá se expor! - Disse Laura.
- Ok, eu converso com eles! - Disse Maurício, Laura e Jéssica sorriram e deram um apaixonado beijo. Enquanto isso na casa de Marcos, Marcelo estava tomando banho, Marcos estava pensativo sobre o incêndio na agência.
- Que raio que incendio que foi esse hein? - Perguntava-se Marcos, ele achava que as péssimas novas do reveillón haviam acabado, mas ele recebe uma ligação do hospital, ele atende uma secretária.
- Alo seu Marcos. - Diz a secretária - Temos uma ótima notícia pro senhor, a sua irmã, Jéssica ela acordou! E já recebeu visitas!
- Minha irmã? - Perguntou Marcos também totalmente espantado - Como isso? Quem foi a visitar?
- Ela saiu do coma seu Marcos, acho que está feliz, mas não irá poder visitá-la agora porque ela saiu do hospital especialmente pra comemorar o ano novo na Avenida Paulista junto com outra mulher.
- Que mulher? - Perguntou Marcos quase tendo um ataque do coração achando que jamais aquela situação poderia piorar, sua loja totalmente destruída por um incêndio, sua irmã que ele tentou matar acordada, de fato aquilo não poderia piorar em seu conceito, mas poderia sim.
- É uma tal de Laura Figueredo! - Quando a enfermeira disse isso Marcos entrou em choque.
- La... La... Laura? - Disse Marcos.
- Sim, sim! Ela tava por aqui! - Disse a secretária - Ela tá Paulista com sua irmã!
- Ó... ótimo! Vou lá de encontro a elas! - Disse Marcos furioso desligando o celular, atônito e sem pensar duas vezes foi até o armário, abriu uma mala e tirou um rifle com mira ótica, carregou ele e o jogou no sofá se aproximou do quarto onde Marcelo terminava de se trocar.
- Maninho vou dar uma saidinha ok? - Diz Marcos.
- Claro! - Diz Marcelo. Ele sai, mas antes faz um barulho com o rifle que instiga Marcelo que pela fechadura da porta o vê com o rifle e se assusta, ele sai atônito, Marcelo o segue. Laura e Jéssica chegam a Avenida Paulista acompanhadas de Maurício e Dona Margarida, todas se divertem ao som dos shows, a alegria é contageante, aquele reveillón fora bastante agitado, mas com certeza seria o melhor da vida de Laura pois naquele momento todo o ódio, a amargura que dominavam seu ser na saída de seu amor fora colocado de volta em seu lugar pela volta de seu grande amor que não se perdera, logo em seguida chega num prédio perto da Avenida Paulista Marcos ele entra no prédio se coloca no térreo sem que ninguém perceba e com o rifle passa a caçar Laura em meio a multidão, Marcelo sobe o seguindo no prédio.
- É agora que eu acabo com essas duas vadias! - Diz Marcos - Principalmente você Laurinha, a Jéssica já pagou agora só faltava você sua sapatona miserável! - Exclama Marcos com ódio, ele finalmente consegue achá-las com o rifle em meio a multidão de mais de 2 milhões de pessoa, ele sorri, engatilha a arma.
- Esse reveillón será o mais sangrento que essa avenida já viu! - Exclama Marcos pronto para atirar em ambas, até que um golpe o faz cair no teto do prédio, ele, caido olha para Marcelo em pé diante dele com ódio no olhar após lhe dar o soco que o fez cair.
- Esse reveillón será sangrento sim, mas será teu sangue que irá derramar! - Exclama Marcelo furioso com os punhos fechados - Seu crápula!
CONTINUA...
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