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A vingança, adolescente
Parte II
ANTONI DI VANELLA

Resumo:
Chegou o dia, estávamos muito ansiosos e eu com muito medo de dar alguma coisa errada acontecendo o pior conosco. Bogdan tinha um relógio muito bonito e colocou para chamar a atenção dos meninos.

O plano de Bogdan para sairmos sem os nossos pais perceberem era brincarmos em uma casa vazia em nosso bairro por dois ou três dias, só para despistar, depois destes três dias saímos e começou a explicar o plano:
-     Vou fazer com você o passo a passo para por em pratica o nosso plano.
Saímos e me mostrou os caminhos que iríamos fazer, me levou até um prédio abandonado, mostrou uma entrada que dava para um tipo de porão do prédio e ali havia varias salas, era muito escuro, como ele era prevenido levou uma lanterna, comentou:
-     Em um desses dias entrei aqui e fiquei preso, quase não consegui sair, percebi que esse lugar poderia ser parte de minha armadilha. Vamos embora antes que percebam que nós saímos.
Quando cheguei à porta da entrada, não conseguia abrir, ela tinha travado pelo lado de fora e por mais que eu tentava não conseguia abrir, olhei para ele e perguntei:
-     Como nós saímos daqui?
-     Calma, viu é assim que nós vamos prender os meninos de rua, eles vão entrar e não vão conseguir sair, te pergunto esta vendo alguma janela e outra saída?
-     Não, nenhuma.
Fomos entrando por uns três a quartos todos escuros, iluminava o nosso caminho com a lanterna, até que chegamos a uma sala que tinha uma pequena janela.
-     Esta é a nossa saída, suba nesse banco que te ajudo a sair.
Com muita dificuldade consegui sair, mas ele saiu como um gato, perguntei:
- Mas, você vai usar a lanterna para saber como sair?
- Já gravei na mente a saída, mesmo no escuro consigo chegar à saída, não me disse mais nada, fomos embora e ele todo empolgado com a idéia, mas eu sem entender nada.
Depois de dois dias nos reunimos de novo começava o plano suicida de Bogdan, ele me explicou:
- Eles ficam sempre ali. – apontou Bogdan.
- E como vamos chamar atenção deles? – perguntei.
- Dois engomadinhos filhos de papai passando perto deles, você acha que é uma boa provocação?
- Você esta me dizendo que vamos passar perto deles? – perguntei sem acreditar.
- Mais ou menos, vamos ter uma margem de segurança.
- Como posso acreditar em um louco?
- Louco consciente, esta vendo aquela rua depois deles, vamos passar ali, vamos chamar atenção e eu vou provocar um pouquinho.
- Como é esse pouquinho?
- Não se preocupe, você vai ficar mais a frente, enquanto eu provoco, saímos correndo, você corre na frente, vamos treinar algumas vezes, tudo bem?
- Adiantar dizer não.
Treinamos umas três ou quatro vezes, eu não entrava no porão subia uma escada e me escondia, tinha que ser o mais rápido para não cometer erros, a porta de entrada iria ficar aberta com uma trava e quando todos passassem, eu tinha que destravar, fechar e colocar uma alavanca na porta só para ter certeza que não iria abrir.
Chegou o dia, estávamos muito ansiosos e eu com muito medo de dar alguma coisa errada acontecendo o pior conosco. Bogdan tinha um relógio muito bonito e colocou para chamar a atenção dos meninos. Fomos até o local, antes de eles nos verem respiramos fundo, um olhou para o outro:
- Esta pronto, Boris.
- Não sei, mas vamos logo com isso, e você? Bogdan.
- Eu estou prontíssimo, que Deus nos abençoe.
Quando eles nos viram, fez o que não imaginava, pegou um tomate podre e jogou nos meninos e gritou:
-     Seus babacas, vocês não são de nada, venham me pegar se forem homens? – e gritou para mim – Corre, corre
E começou a perseguição, eu corria o mais rápido que podia, ele gritava mais rápido, você tem que ficar na frente, olhava para trás e os meninos pareciam que estavam nos alcançando. Então corri mais depressa quando dobrei a esquina do prédio abandonado subi a escada e me escondi atrás da mureta que dava para ver quem passasse em baixo indo para o porão. Não conseguia nem respirar direito e nem sei se era pela corrida ou pelo medo de não dar certo o plano de Bogdan. Ele se faz de perdido que não sabe para onde ir para deixar os meninos confiantes que vão pegar ele, desceu para o porão, e um grita para o outro:
-     Esse já era vamos bater tanto e roubar tudo dele.
E descem para o porão atrás dele, como no plano de Bogdan todos descem não sobra um para fora, então eu desço com cuidado e quando vejo que todos estão realmente dentro do porão, tento tirar a trava que segura a porta e não consigo, cada vez que tento parece que fica mais travado, começo a ficar desesperado, quando percebo que um deles volta e quando sai no ambiente que dá para porta ele grita:
- É uma emboscada, saiam daí.
Eu me desespero e puxo com força a trava e caio para trás me levanto rapidamente e puxo a porta, quase um deles consegue me impedir, bato com toda a força fechando-a, coloco a trava e deixo bem trancada, eles batem mandando abrir se não quando saírem dali eles nos matam. Vou ver se Bogdan conseguiu sair, estava muito aflito, quando chego na saída ele estava lá travando a janela:
-     Não falei que iria dar certo, com inteligência, treinamento e união conseguimos tudo. – grita todo eufórico.
-     Você é louco mesmo e agora o que vamos fazer, qual a segunda parte do plano?
-     Calma meu amigo vamos descansar, comemorar o sucesso da primeira parte do plano.
-     A sua vingança não é deixar os meninos morrerem de fome não é?
-     Primeiro, não é vingança é Justiça, segundo não sou tão cruel assim.
Fomos para casa e fiquei pensando no próximo passo de Bogdan nesta vingança ou melhor em fazer justiça.
No outro dia ele me chamou e falou:
-     É hora de usarmos a blusa preta e a mascara preta.
-     Para que vamos usá-la? Eu sei que para não sermos identificados.
-     Eu vou roubar as coisa e você me dá cobertura.
-     Como assim vamos roubar as coisas, não somos ladrão? – questionei indignado.
-     Calmo, é só para o plano o que vamos roubar é coisas bobas de pouco valor, só para chamar atenção da policia, e sempre vamos fugir para o lado do porão.
Fomos até o local em que os meninos sempre roubavam e ele começou a roubar coisas pequenas e fugíamos para o lado do porão e ele jogava as coisas dentro do porão. Apesar de tudo nos não éramos sem coração, todo o período que eles ficaram ali nos levávamos comida e água para eles, naqueles dias passamos um pouco de fome porque tudo que pegávamos no café da manhã, no lanche, almoço e jantar grande parte era para eles. Mas o plano não estava dando certo, parecia que as pessoas não se importavam com o roubo que Bogdan fazia por que era coisa boba, depois do quarto dia:
-     Não esta dando certo, vamos roubar a vida inteira e ninguém vai se importar, temos que fazer algo mais ousado, senão não vamos conseguir fazer justiça. – disse todo preocupado e desapontado Bogdan.
Passaram-se dois dias, e íamos até o porão para alimentar os nossos presidiários, mas já era hora de agir, não podíamos deixá-los lá para sempre e falei para Bogdan:
-     Temos que agir, ou libertar esses meninos.
-     Amanhã nós vamos agir Boris, vai ser o golpe final no meu plano. Vamos até o bairro e eu te mostro o que vou fazer com sua ajuda.
Quando ele me mostrou e me explicou quase cai de costa, era coisa mais louca que ele tinha imaginado.
-     Você esta louco, você quer matar a gente, não vamos conseguir, se esse policial e seus amigos nos pegam nunca mais vamos ver os nossos pais.
-     Calma, ele sempre sai do carro e deixa a arma do lado do cambio, é só entrar dentro do carro e sair correndo, vamos despistá-lo cada um indo para um lado, entrando pelo conjunto de apartamentos e bem à frente, trocamos a roupa e os despistamos, não tem como dar errado e depois jogamos a arma dentro do porão e informamos a policia onde esta e eles prendem os meninos.
Novamente treinamos a nossa fuga pelos apartamentos, aonde iríamos jogar as nossas roupas e o terreno vazio que iríamos nos encontrar. Chegou o dia, colocamos a nossa camuflagem e fomos para o ponto, para a nossa maior façanha roubar a arma de um policial, loucura total. Como de sempre o policial chegou parou o carro saiu, deixando a porta aberta, como era rápido o que ele fazia, nunca achou que alguém pudesse fazer o que Bogdan ia fazer. Bogdan se preparou, quando o policial deu a volta pela frente do carro, Bogdan abaixado entrou dentro do carro e pegou a arma e saiu correndo.
Quando o policial percebeu começou a gritar e saiu correndo atrás da gente entramos em viela descendo rapidamente para um conjunto de prédios, e ai nos dividimos, cada indo para uma lado, corri como se estivesse correndo da policia e estava mesmo, me escondi em um terreno vazio murado e esperei o Bogdan com o coração na mão, quando ele apareceu, todo sorridente e contente com a arma do policial na mão:
-     Conseguimos, este policial era muito devagar, foi fácil. Vamos primeiro tirar as balas do revolver para não ter acidente, agora vamos enterrar enrolado neste pano e vamos para casa.
-     Vamos agir amanhã avisando a policia onde esta a arma, lá no porão? – louco para que tudo acabasse logo.
-     Não, vamos esperar uns dois dias até acalmar para que nós não sejamos presos, estamos andando demais, muita gente estão nos vendo.
Bogdan depois de dois dias me chama e me diz:
-     É hora de agirmos, finalizarmos o nosso plano.
Fomos até o terreno vazio e desenterramos arma, levamos ela para o porão e jogamos para os meninos pegarem, e com cuidado tiramos a trava de segurança que colocamos na porta para eles não saírem e depois ele fez uma ligação anônima para policia de um orelhão informando aonde estavam os meninos que tinham roubado a arma do policial.
Ficamos de um prédio olhando por um binóculo, esperando para saborearmos a nossa justiça, esperamos quase duas horas e nada da policia chegar, não teve jeito tivemos que ir embora, porque já estava tarde, quando estávamos saindo do prédio começou a parecer a policia, era pelo menos seis viaturas, Bogdan ficou louco para ficar e saber o que iria acontecer, mas não podíamos ficar, e então voltamos para casa, Bogdan estava muito ansioso para saber o que tinha acontecido, nos estávamos louco para ver eles serem presos.
No outro dia bem cedo ele chega com o jornal O DIÁRIO DE LIRI na mão me mostrando a noticia, eu tive um choque, não podia acreditar o que havia acontecido por nossa culpa e perguntei:
-     Mas, não era isso que queríamos que acontecesse?
-     Não, nós queríamos justiça, não uma vingança. – disse ele completamente despontado.
-     Vamos contar a alguém?
-     Não, não vamos contar a ninguém, este vai ser o nosso segredo.
Tempos depois ele me disse algo que me fez refletir:
- ÁS VEZES, A CEDE DE JUSTIÇA NOS FAZ COMETER INJUSTIÇAS.

Entenda a história leia também:

PRÓXIMO TEXTO:
O DIÁRIO DE LIRI: Delinquentes roubam arma de policial


Biografia:
Tenho blogs: http://mulheresfortesodiario.blogspot.com.br/ http://forzadivanella.blogspot.com.br/ que também poderá ler meus textos.
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