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Meu Anjo da Guarda |
Cátia Courela Grenho |
Resumo: E se o medo se apoderar de nós ao ponto de pedirmos por tudo que o nosso Anjo da Guarda nos proteja? Será que ele está ao nosso lado para nos envolver numa protecção invisível? Ou aparecerá para dar uma mãozinha? |
O vento soprava e nenhuma alma se avistava na rua.
O seu coração palpitava numa ânsia provável.
Olhava em redor em passo apressado certificando-se mais uma vez de que estava sozinha. Respirava fundo. Acalmava o seu coração.
- Meu Anjo da Guarda, eu sei que não deixarás que nada de mal me aconteça. Protege-me.
A pouca iluminação naquele troço era uma adivinha por desvendar. Pecado capital.
- Meu Anjo da Guarda, eu sei que estás comigo. Confio em ti.
As palavras silenciosas que proferia pareciam fazer o caminho ser atravessado mais rápido. Distracção perigosa porém necessária.
- Meu Anjo da Guarda . . .
A sua atenção foi desviada para o carro vermelho que parava adiante. A zona iluminada mostrava duas pessoas a saírem do carro. Uma senhora dos seus prováveis 50 anos e um rapaz dos seus 20 e pouco.
Desmedido palpitar de coração. Uma senhora mais velha conduzia o carro.
Que orgia era aquela?
- Obrigado. - Ouviu dizerem.
- É por ali. Segue à esquerda. - A mulher de preto e vermelho que tinha descido do carro dava instruções ao rapaz que já caminhava pela passadeira.
Seu pensamento não hesitou mais. Acelerar o passo e acompanhar a pouca distância aquela presença masculina enquanto a mulher seguia na direcção oposta.
Olhares.
Coração acelerado.
- Olha desculpa. Sabes-me dizer se existe para estes lado algum bar aberto?
- Bar? - «Que tanga está o gajo a dar-me?» - Pensou - Não há nenhum bar aqui. Só o Dark mas isso é café e não está aberto a esta hora.
- É isso mesmo. É o Dark. Podes-me dizer como chego lá se faz favor? É que ando perdido e preciso chegar ao carro. - Sorriu.
Coração acalmou. Não pensou mais.
- Sim claro. É na mesma direcção para onde vou.
- Obrigado a sério. É que não sou de cá e fui andando com o pessoal nem me dei conta do quanto andei. Isto é mesmo longe. - Admirou-se.
- Um bocadinho. - Ela sorriu.
- Eu já andava perdido. Tive que perguntar direcções, mandaram-me ir sempre em frente, eu já nem sei onde fui parar. A minha sorte foi ter perguntado a duas senhoras e elas deixaram-me aqui.
- Se não és de cá é normal.
- Fogo nem em tinha dado conta de ter andado tanto.
- É já aqui. Segues essa rua é a casa de canto do lado esquerdo.
- Obrigado. Mais uma vez. Fico em divida para contigo.
- De nada. - Sorriu.
- À esquerda ou à direita?
- À esquerda.
- Obrigado. Adeus.
E aquele estranho fez-lhe companhia quase até à porta de casa e sem se dar conta estava acompanhada quando duas carrinhas com homens com cara de tarados e desonestos passaram por si.
Estranha coincidência que a fez sorrir ao colocar a chave na fechadura.
Olhou para cima. Riu.
- Obrigado.
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