Dele por direito |
Cátia Courela Grenho |
Resumo: Quando o cenário parece um filme de terror, todas as expectativas ficam altas. Porém ninguém espera por um fim diferente. |
A luz piscava intermitentemente no candeeiro da sala.
O coração dela estava num alvoroço tremendo. Receio. Medo.
As portadas da janela começaram a bater. Enorme susto.
Medo.
Não havia vento e o clima estava negro.
- Agora tens medo?
Ela pulou e gritou. Quem tinha falado? Estava sozinha.
- Procura. Procura. - A voz incentivava e ria maníaca e diabolicamente.
- O que queres? Quem és? - Gritou. Chorou.
- Oh pobre criatura. Está assustada. - Disse ironicamente. Ou talvez não.
- Deixa-me em paz! - Pediu caindo de joelhos. Chorava.
- Sabes que tens de sofrer mais um bocado. Ainda não chega. - A voz disse.
- Eu não fiz nada. O que queres de mim? - Perguntou numa imploração.
- Eu? Oh criatura. Eu não quero nada de ti. Só ver-te sofrer. Tirando isso, nada. - Riu euforicamente.
Ela levantou-se numa investida. Correu rapidamente para a porta. Sua única salvação. Em vão. Sentiu o seu pulso preso. Seguro. Arrepiou-se. Encheu-se de medo. Olhou lentamente para o pulso. Tinha receio. Cenário medonho. Arrepiante.
Os seus olhos atingiram o alvo. Gritou. Caiu para trás. Tentou gatinhar. Encostou-se ao sofá.
- O que queres? - Perguntou alto. Com os olhos cheios de lágrimas.
O anjo saiu da penumbra e riu maleficamente sob a luz do luar que entrava pela grande janela descoberta.
Ergueu a cabeça.
- De ti? - Encolheu os ombros desinteressadamente - Nada de mais. Algo que é meu por direito. - Esboçou um sorriso largo.
Ela tremia. Ganhou coragem para perguntar.
- O que é teu por direito?
Ele fintou-a seriamente.
- O teu coração.
Não deu espaço de manobra. Avançou para ela num segundo. Investida perigosa.
Terror.
Gritos.
Silêncio. . . . .
- Corta! - A palavra ecoou no ar. - Parabéns, a gravação ficou perfeita.
Fim.
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