Esse seria um bom nome de página para se criar no Facebook. Nele poderíamos falar de todos os desdobramentos que a menina Isadora Faber está vivendo. E ela não fez nada demais. Apenas criou a página “Diário de Classe”, e colocou seu dedinho nos descasos da educação brasileira.
Na coluna “Dilma, Marta... e minhas gargalhadas”, eu abordei a coluna da ministra Marta Suplicy, que falava sobre a menina Isadora. Marta, dizia que Isadora era um “símbolo da época global”. E eu conhecendo um tantinho da hipocrisia humana, dizia que não sabíamos o resultado, e nem o preço da ousadia da menina Isadora.
E parece que o preço está ficando alto demais para quem só tem 13 anos. Não pode mais sair de casa sozinha. Seus pais são ameaçados. Sua casa foi apedrejada. A avó doente foi ferida. Pior é acompanhar as notícias sobre o caso, e descobrir através dos comentários, que estão transformando a menina Isadora numa grande vilã. E nem é novela das oito.
De repente, a culpa é toda dela. Não deveria se meter. Só quer aparecer. Agora tem de sofrer na pele. Uau! Eu faria uma pergunta para cada um desses: Que tipo de Brasil você deseja para seus filhos?
Estamos indo além da hipocrisia. Estamos nos entregando à sordidez. O que nos transforma em pessoas ainda piores. Um pouco do asco dessa sordidez, pode ser vista na série “Terapia”, do canal por assinatura GNT. Temos sorte dos espelhos não mostrarem nosso lado monstro e animal.
Perigosamente a menina Isadora está ficando nas mãos de quem deveria protegê-la. E não se mostram preparados para isso. Na verdade, não sabem o que fazer. Pensando no bem, Isadora criou uma bola de neve difícil de controlar. E agora, nos cabe torcer para não acabar em tragédia.
No último domingo, o jornal A Folha de São Paulo, entrevistou a menina Isadora Faber. Nas suas respostas percebe-se claramente a aura de uma criança. Sua ficha ainda não caiu. E pode demorar muito a cair. Para o bem ou para o mal, Isadora não tem a mínima noção dos efeitos das suas atitudes.
Precisamos fazer de Isadora Faber um exemplo. E não um caso de polícia. Marta Suplicy, que deve ter tomado champanhe com a presidente Dilma, para comemorar o sucesso do ENEM, com certeza leu a entrevista. Espero que o governo faça o mínimo, e evite que a menina Isadora se encontre com a hipocrisia e a sordidez humana ali na esquina, e antes da hora.
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